Dois ministros demitem-se se Boris Johnson for primeiro-ministro

Philip Hammond e David Gauke opõem-se à saída da UE sem acordo a 31 de outubro, como aceita o ex-chefe da diplomacia britânica.
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Os ministros britânicos das Finanças e da Justiça pré-anunciaram este domingo a sua demissão se Boris Johnson se tornar primeiro-ministro, vencendo a corrida para a liderança dos Conservadores.

"Supondo que Boris Johnson se torna o próximo primeiro-ministro, compreendo que as suas condições para servir o seu Governo incluiriam a aceitação de uma saída [do Reino Unido da UE] sem acordo em 31 de outubro e isso não é algo a que eu possa alguma vez aderir", frisou o titular das Finanças, Philip Hammond, à BBC.

Também o ministro David Gauke (Justiça) anunciou, em declarações ao jornal The Sunday Times, que pedirá a demissão se Boris Johnson suceder a Theresa May como líder do Partido Conservador.

Entrevistado no programa do jornalista Andrew Marr, Hammond - cujo cargo é oficialmente conhecido como chanceler do Tesouro Público - deixou claro que se demitirá antes do possível novo primeiro-ministro assumir funções, caso Boris Johnson assuma o poder.

"Estou seguro de que não vou ser demitido porque me vou demitir antes de chegar a esse ponto", disse Philip Hammond, considerando ser "muito importante que o primeiro-ministro possa ter um chanceler que seja de uma linha política muito próxima".

"Tenho a intenção de apresentar a minha demissão a Theresa May antes de ela ir ao palácio [de Buckingham] entregar a sua própria demissão [à rainha Isabel II] na quarta-feira", afirmou o ministro das Finanças britânico.

O nome do próximo primeiro-ministro britânico é designado pelos 160 mil membros do Partido Conservador e será conhecido terça-feira, assumindo funções no dia seguinte.

Os dois candidatos à sucessão de Theresa May são o chefe da diplomacia britânica, Jeremy Hunt, e o seu antecessor no cargo e antigo presidente da câmara de Londres, Boris Johnson - que é favorito à eleição.

Boris Johnson foi um dos principais apoiantes do Brexit no referendo de 2016 e não exclui uma saída da UE sem acordo a 31 de outubro, a data agora estabelecida para os britânicos abandonarem o bloco europeu, enquanto Jeremy Hunt defende um acordo de saída.

Theresa May renunciou à liderança do Partido Conservador a 07 de junho, depois de fracassarem as suas várias tentativas de fazer aprovar o acordo de saída que concluiu com Bruxelas em novembro, continuando como chefe de governo até a eleição do sucessor.

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