O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, considerou hoje que se a Catalunha se tornar independente há o risco de outras regiões europeias tentarem o mesmo, esclarecendo que Bruxelas não vai mediar o conflito com Madrid.."Se a Catalunha se tornar independente, outros fariam o mesmo e isso não me agrada", disse Juncker, discursando na Universidade do Luxemburgo e citado pela agência EFE. "Não me agradaria que daqui a 15 anos a União Europeia fosse formada por 98 estados. Já é relativamente difícil com 28, não será mais fácil com 27, mas com 98 creio que seria impossível", acrescentou, segundo avançam os jornais espanhóis..O presidente da Comissão Europeia reafirmou estar muito preocupado com os movimentos separatistas na Europa e que encorajou o primeiro-ministro espanhol mariano Rajoy a tomar controlo sobre a situação..Sobre a recusa da Comissão Europeia a servir de mediadora entre os independentistas da Catalunha e Madrid, Juncker explicou que Bruxelas só interfere nas negociações entre Estados-membros..O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, deu na quarta-feira cinco dias ao presidente regional catalão, Carles Puigdemont, para clarificar se declarou ou não a independência na região, na sequência do referendo de 01 de outubro, considerado ilegal..No seu discurso de terça-feira, Puigdemont disse que assumia o mandato dado pelo povo catalão para que a Catalunha seja um "Estado independente", mas propôs ao Parlamento suspender os efeitos de uma declaração de independência - que nunca referiu explicitamente - por "algumas semanas" para facilitar um diálogo com Madrid..Caso Puigdemont confirme que declarou a independência da Catalunha, Madrid dar-lhe-á um prazo suplementar -- até ao próximo dia 19 -- para fazer marcha atrás, antes de recorrer ao artigo 155.º da Constituição, que permite ao Governo espanhol suspender a autonomia da região..O artigo 155.º da Constituição espanhola, nunca usado desde que o texto fundamental foi escrito e aprovado em 1978, permite a suspensão de uma autonomia e dá ao Governo central poderes para adotar "as medidas necessárias" para repor a legalidade.