A presidente da câmara de Barcelona denunciou agressões sexuais que terão ocorrido no domingo na Catalunha, durante os confrontos entre a população e a polícia, que tentava impedir a realização do referendo pela independência da região..Ada Colau disse numa entrevista esta segunda-feira que houve casos de agressão sexual por parte dos agentes em Barceloneta e crueldade, criticando mais uma vez a ação da polícia enviada por Madrid, a Guardia Civil e Policia Nacional.."Chegaram-nos vários testemunhos de mulheres que denunciam agressões sexuais", disse a autarca, citada pelo El Mundo. "Temos um caso, por exemplo em Barceloneta, que aconteceu durante as cargas" policiais, continuou Ada Colau, sem dar mais detalhes..Também o vice-presidente do parlamento basco, Gorka Knorr, denunciou um caso de agressão sexual na Catalunha. "A polícia nacional bateu numa amiga nossa enquanto gritava 'não gosto das tuas mamas'", escreveu Knorr no Twitter..[twitter:914768898754564096].Durante o dia do referendo, Colau usou a sua conta Twitter para denunciar a violência policial, que na altura tinha feito 460 feridos, e pedir, como autarca de Barcelona, o fim das cargas policiais..[twitter:914501220882108418].Foram enviados para a Catalunha cerca de 12.000 efetivos da Polícia Nacional e da Guardia Civil..O balanço final no dia do referendo à independência da Catalunha - que foi considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal espanhol - dá conta de 893 feridos durante as cargas policiais, o que para Colau é um sinal da "cobardia de um presidente de estado que enviou milhares de polícias" que atacaram "uma população indefesa"..A autarca comentou também a ação da polícia catalã, os Mossos d'Esquadra, dizendo que tiveram "uma atuação proporcional e lógica segundo os critérios policiais de proporcionalidade e oportunidade"..Em vários momentos, os Mossos d'Esquadra limitaram-se a registar as concentrações de pessoas junto aos locais designados como assembleias de voto, seguindo o seu caminho sob os aplausos dos populares..Colau disse ainda no domingo que o primeiro-ministro Mariano Rajoy devia no mínimo demitir-se após a ação policial, sublinhando que o governante "se escondeu atrás de procuradores e juízes"..A presidente da câmara adiantou ainda que a autarquia vai avançar com "ações judiciais contra as cargas policiais", chamando a atenção para o facto de se ter "cruzado linhas vermelhas, atacando famílias". "Os acontecimentos não podem ficar impunes", continuou.