26 junho 2018 às 13h39

Trump ameaça Harley-Davidson: se saírem dos EUA "é o princípio do fim"

Presidente americano reagiu no Twitter à notícia de que o fabricante de motas vai mudar parte da produção para fora dos EUA devido ao aumento de taxas alfandegárias da União Europeia impostas em represália pela subida das taxas de Washington

Helena Tecedeiro

"Uma Harley-Davidson nunca devia ser construída noutro país - nunca! Os seus funcionários e clientes já estão zangados com eles. Se se mudarem, reparem, será o princípio do fim - desistiram! A Aura terá desaparecido e vão ser taxados como nunca antes", escreveu Donald Trump no Twitter.

O presidente americano reagiu ao anúncio de que o mítico fabricante de motas vai mudar parte da produção para fora dos Estados Unidos devido ao aumento das taxas alfandegárias da União Europeias. Estas foram impostas por Bruxelas em retaliação depois de Washington ter imposto taxas aos produtos europeus.

Trump começou por recordar, noutro tweet, que a Harley-Davidson já anunciara a mudança de Kansas City para a Tailândia no início do ano, "muito antes de as novas taxas serem anunciadas". E deixou a ameaça: "As empresas estão a voltar à América. A Harley tem de ficar a saber que não vai poder vender nos EUA sem pagar um grande imposto!".

Sediada em Milwaukee, no Wisconsin, a Harley-Davidson explicou numa apresentação a acionistas que irá passar a fabricar fora dos Estados Unidas da América as motos que vende para a Europa, com o objetivo de evitar taxas alfandegárias, segundo a imprensa norte-americana. A transferência deverá estar concluída dentro de nove a 18 meses.

Mercado europeu

Segundo dados da Harley-Davidson, 40 mil pessoas da Europa compararam motas da marca em 2017, tornando o mercado europeu a segunda fonte de receitas da empresa.

As tarifas impostas pela UE sobre vários produtos fabricados nos Estados Unidos, como motas ou uísque, entraram em vigor em 22 de junho e aumentaram o imposto sobre as motas Harley-Davidson exportadas "de 6% para 31%".

A UE tornou essa sanção efetiva depois de a administração Trump ter decidido, no início de junho, acabar com a isenção de tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio de UE, México e Canadá, seus maiores parceiros comerciais.