À espera de "um milagre" que salve 15 pessoas presas em mina alagada
"Apenas a graça de Deus e um milagre podem fazer com que sobrevivam". As palavras de Kyrmen Shylla, o responsável pelas operações da proteção civil do Estado de Meghalaya, no nordeste da Índia, ilustram o sentimento em relação ao sucesso das operações de resgate de 15 mineiros que estão presos debaixo de terra há duas semanas. A mina ilegal onde trabalhavam colapsou no dia 13 de dezembro e desde então as inundações no local tornaram muito difíceis as operações de resgate.
Cerca de cem especialistas da força nacional de resposta em situações de catástrofe estão acampados junta ao local, uma mina considerada ilegal há quatro anos. Mas as esperanças em encontrar sobreviventes começam a diminuir, depois de as águas de um rio local terem inundado a mina, o que obrigou a parar as operações de resgate, já de si difíceis devido à falta de equipamento adequado. Até agora, as equipas encontraram apenas três capacetes dos mineiros.
"A mina é muito profunda e está até abaixo do nível das águas do vizinho rio Lytein, portanto podem imaginar o desafio que estamos a enfrentar", explicou o superintendente da polícia do distrito de East Jaintia Hills ao jornal Hindustan Times. Para ajudar nas operações, a empresa estatal Coal India anunciou que vai enviar dez bombas e assistência técnica para ajudar a retirar água da mina.
Um anúncio que chegou quase duas semanas depois do acidente com os mineiros, que aconteceu a 13 de dezembro, e depois de um pedido de ajuda enviado à empresa a 20 de dezembro. Atrasos que geraram polémica ao mais alto nível e valeram críticas do presidente do Partido do Congresso Nacional Indiano ao primeiro-ministro Narendra Modi, por não ter respondido rapidamente ao acidente.
"Quinze mineiros estão há duas semanas a lutar para terem ar numa mina alagada. Entretanto, o primeiro-ministro posa para as câmaras na ponte de Bogibeel. O seu governo recusa dar bombas de alta pressão para ajudar no resgate. Primeiro-ministro, por favor, salve os mineiros", escreveu Rahul Gandhi (que apesar do apelido não é familiar de Mahatma Ghandi) no Twitter.
Acusações rejeitadas pelas autoridades locais, que garantem ter estado empenhadas nas operações desde a primeira hora.