"Incel", a subcultura online dos homens que odeiam as mulheres

Adolescente de 17 anos é o primeiro canadiano a ser acusado de terrorismo inspirado na ideologia. Matou uma mulher em fevereiro - culpava-a pelo seu "celibato involuntário".
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É o primeiro canadiano a ser acusado de terrorismo inspirado no movimento "incel" - uma subcultura online movida pelo ódio contra as mulheres, que culpam pelo "celibato involuntário" de que dizem ser alvo. O adolescente esfaqueou mortalmente uma mulher em fevereiro.

Na terça-feira, a Polícia de Toronto e a Real Polícia Montada do Canadá (RCMP) deram uma conferência de imprensa conjunta onde anunciaram as acusações de terrorismo, conta a BBC.

O jovem esfaqueou mortalmente fatalmente Arzaga, de 24 anos, que foi encontrada no interior do prédio onde trabalhava num spa de massagens eróticas. Duas outras pessoas, um homem e uma mulher, foram encontradas do lado de fora das instalações também vítimas de esfaqueamento.

Arzaga é lembrada como "uma mãe amorosa e uma pessoa gentil", segundo a imprensa canadiana.

"O terrorismo acontece de várias formas e é importante sublinhar que não está restrito a nenhum grupo, religião ou ideologia em particular", afirmou um responsável da polícia federal do Canadá.

Movimento promove discurso contra as mulheres e contra o feminismo

"Incel" é a abreviatura da expressão em inglês "involuntary celibates" (celibatários involuntários). Os adeptos desta ideologia são normalmente grupos online de homens que sentem que são incapazes de manter relações sexuais e culpam as mulheres por isso.

As queixas são trocadas em fóruns online e partem de homens que são os "chads" contra as mulheres, denominadas "stacys".

Os grupos de discussão "incel" estão pejados de discursos contra o feminismo e contra as mulheres.

Em 2018, Alek Minassian alegadamente atropelou com uma carrinha um grupo de pessoas numa rua de Toronto, matando 10 e ferindo outras 16. À polícia disse que o fez como vingança pela rejeição das mulheres de que era alvo.

Apesar de se ter identificado como membro do movimentos "incel" não foi acusado de terrorismo e o seu caso está ainda em tribunal.

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