Moçambique. Número de mortos sobe para 598
O ciclone Idai atingiu a região centro de Moçambique, o Maláui e o Zimbabué a 14 de março
O número de mortos provocados pelo ciclone Idai e as cheias que se seguiram subiu para 598, anunciaram esta terça-feira as autoridades moçambicanas.
O último balanço, apresentado pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), acrescenta mais 80 vítimas mortais desde segunda-feira, altura em que foi dada como concluída (desde quinta-feira) a fase de salvamento e resgate.
O ciclone Idai atingiu a região centro de Moçambique, o Maláui e o Zimbabué a 14 de março.
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Segundo o INGC, mantém-se o número de 1.641 feridos.
O número de pessoas afetadas pelo ciclone Idai em Moçambique subiu, relativamente ao último balanço, de 843.723 para 967.014, o que corresponde hoje a 195.287 famílias.
Quanto ao número de famílias que está a receber ajuda humanitária subiu de 29.291 famílias para 32.290.
Nos 136 centros de abrigo em funcionamento estão acomodadas 131.136 pessoas e o número daqueles que são considerados vulneráveis é de 7.422.
O grupo de pessoas afetadas inclui todas aquelas que perderam as casas, precisam de alimentos ou de algum tipo de assistência.
As autoridades atualizaram também o número de casas totalmente destruídas que ascende agora a 62.153 (59.910 no último balanço), 34.139 parcialmente destruídas (33.925 segundo os anteriores dados) e 15.784 inundadas, sendo que a maioria são habitações de construção precária.
Segundo o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, o ciclone Idai provocou ainda danos em 3.344 salas de aulas e 150.854 alunos ficaram prejudicados.
Os meios alocados para ajuda e salvamento são 945 especialistas humanitários, 22 helicópteros, 42 barcos, 25 aviões, três fragatas, 15 camiões, 30 telefones satélites e 17 drones.
EUA doam 125 toneladas
Na segunda-feira, a embaixada dos EUA em Moçambique divulgou, em comunicado, que o país doou 125 toneladas de suprimentos de emergência a comunidades das áreas afetadas pelo ciclone Idai.
De acordo com o documento, os militares norte-americanos realizaram quinze missões, utilizando aeronaves C-130 Hercules, C-17 Globemaster e C-12 Huron para transportar mercadorias e pessoal essenciais associados aos esforços de assistência.
"Para ajudar a prevenir a propagação de doenças transmitidas pela água, como a cólera, o Governo dos EUA está a trabalhar com as organizações não-governamentais internacionais World Vision e CARE para fornecer água potável e suprimentos de higiene para 150 mil pessoas, com mais suprimentos a caminho", acrescenta o documento.
Além dos suprimentos de emergência, entre as mercadorias já entregues estão 3.600 cobertores, revestimentos plásticos para 1.800 residências e 1.800 conjuntos de cozinha.
"O povo dos EUA está ao lado do povo de Moçambique"
"O povo dos Estados Unidos está ao lado do povo de Moçambique para responder a este desastre e para reconstruir a vida das pessoas afetadas pelo Ciclone Idai", conclui o comunicado.
Durante segunda-feira, o Comando Militar Norte-Americano para África (AFRICOM) anunciou ter participado na distribuição de ajuda humanitária e que está a desenvolver mecanismos que permitam uma entrega mais eficiente.
"O Comando norte-americano para África está a utilizar o conceito de sistema radial, em que grandes aeronaves militares e comerciais transportam ajuda para a plataforma em Maputo, e depois aeronaves militares mais pequenas transportam essa ajuda para raios onde os nossos parceiros possam então entregar os produtos para os necessitados", lê-se no comunicado, emitido pelo comando sediado em Estugarda, na Alemanha.
O Secretário da Defesa dos Estados Unidos da América autorizou que o AFRICOM utilizasse até 15 milhões de dólares (13,39 milhões de euros) em ajuda humanitária em situações de desastre.
Além do transporte e distribuição de ajuda humanitária, as forças do AFRICOM estão "a trabalhar ativamente para abrir aeródromos e maximizar as rotas de transporte disponíveis", refere o comunicado.
Atualizado às 09:30.