Ao segundo dia de uma ofensiva para retomar Hodeida aos houthis, os combates mataram 39 rebeldes e forças pró-governamentais às portas da cidade portuária do Iémen. Aos relatos de civis aterrorizados a tentar fugir da cidade, acresce o receio de que fique em risco o abastecimento de oito milhões de iemenitas, caso o porto seja atingido..As forças leais ao governo do Iémen, apoiadas por ataques aéreos da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, afirmaram ter ultrapassado a primeira linha de defesa dos rebeldes..Os Emirados alegaram que a operação - apelidada de Vitória Dourada - chegou a uma área a menos de dez quilómetros do aeroporto..Mas segundo fontes militares e médicas precisaram à AFP, os combates ocorreram a dois quilómetros da entrada do aeroporto de Hodeida, localizado na saída sul desta cidade, crucial para a entrega de ajuda humanitária no país em guerra..O porto de águas profundas de Hodeida, no Mar Vermelho, é a base de onde alimentos, água e medicamentos são distribuídos a mais de oito milhões de iemenitas, e há um medo generalizado de que os combates resultem na destruição da infraestrutura do porto, seja pelas minas dos houthis, seja pelos ataques aéreos dirigidos pelos Emirados Árabes Unidos..Conselho de Segurança reúne-se A questão da ajuda humanitária - da qual depende a população do país mais pobre do Médio Oriente - é motivo de preocupação para a comunidade internacional e está no centro da reunião de hoje do Conselho de Segurança da ONU..O enviado da ONU para o Iémen, Martin Griffiths, apelou à "moderação" e disse estar em contacto com todas as partes interessadas "para negociar acordos". O secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, transmitiu-lhe "forte apoio" para levar "todas as partes para a mesa de negociações", segundo o porta-voz do Pentágono, Adrian Rankine-Galloway, que lembrou o papel "crucial" do porto de Hodeida para a entrega de ajuda humanitária..A guerra no Iémen foi iniciada em 2015 quando os rebeldes houthis, xiitas apoiados por Teerão, ocuparam vastas regiões do país, incluindo a capital. A resposta de apoio ao governo deu-se através de uma coligação liderada pela Arábia Saudita - rival do Irão. O conflito matou cerca de 10 mil pessoas em mais de três anos.