Hospitais na Síria fechados devido à intensificação de ataques

O hospital Hama Central/Sham decidiu encerrar depois de ter sido atingido por um ataque aéreo e outros três hospitais estão encerrados em Idlib pelo mesmo motivo
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A organização Médicos Sem Fronteiras alertou esta sexta-feira para o encerramento de hospitais em Idlib, no noroeste da Síria, devido à intensificação dos ataques na região nos últimos dez dias, o que deixa os pacientes com "menos opções".

A ONG classificou a situação como "ultrajante" e explicou que o principal motivo que levou ao encerramento dos edifícios hospitalares foram os ataques e o medo de sofrer um.

Os feridos menos graves acabam por se afastar dos hospitais, referiram os MSF em comunicado.

A organização defendeu, citando o Direito Internacional Humanitário, que as instalações médicas não podem ser atacadas e pediu às partes do conflito para "cumprirem" com os compromissos assumidos na Assembleia das Nações Unidas e no Conselho de Segurança da ONU.

"Se eles realmente quisessem cumprir com a sua responsabilidade para evitar ataques a hospitais, poderiam fazê-lo sem problemas", afirmou o diretor de operações dos MSF, Brice De Le Vingne.

[destaque:As cidades de Idlib e Hama receberam, na última semana, um total de 241 feridos dos quais 99 foram para o mesmo centro hospitalar.]

Desses feridos, 100 são graves, 93 são moderados e apenas 48 são feridos leves, de acordo com a ONG.

O hospital Hama Central/Sham decidiu encerrar depois de ter sido atingido por um ataque aéreo na terça-feira.

"Estamos à espera que, mais cedo ou mais tarde, aconteça um novo ataque", disse o diretor do hospital, lembrando que, desde a sua inauguração em 2012, o edifício foi atingido por mais de 10 bombardeamentos em diferentes momentos do conflito.

Segundos os MSF, outros três hospitais estão encerrados em Idlib devido a ataques ocorridos no passado dia 19.

A ONU organizou até agora sete rondas de conversações de paz sobre a Síria em Genebra, mas as partes têm permanecido fixadas nas suas posições, o que não tem permitido progressos.

Iniciada em 2011, a guerra na Síria já causou mais de 330 mil mortos e obrigou milhões a abandonarem as suas casas.

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