Homem disfarçado de polícia mata 16 pessoas no Canadá

Desde que em 1989 um homem matara a tiro 15 mulheres em Montreal que o Canadá não assistia a um crime tão violento como de ontem na Nova Escócia, onde pelo menos 10 pessoas perderam a vida. Entre elas, uma mulher polícia.
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Pelo menos 16 pessoas morreram este domingo num tiroteio na Nova Escócia, Canadá, naquele que foi considerado o pior ato de violência no país nas últimas três décadas. Entre os mortos está uma mulher polícia e o atirador.

Gabriel Wortman, de 51 anos, é o responsável pela chacina e disparou sobre várias pessoas durante 12 horas em vários locais daquela província.

Segundo as autoridades, o atirador envergava um uniforme da polícia o que dificultou a sua identificação.

A Real Polícia Montada do Canadá conseguiu deter o homem num posto de gasolina em Enfield, perto de Halifax, desconhecendo-se ainda se foi abatido pela polícia na operação.

O responsável pela operação de captura, o superintendente Chris Leather, declarou à imprensa que "este era um dia devastador para a Nova Escócia e que ficará para sempre na nossa memória". Informou também que acreditava "o ataque era de responsabilidade de uma única pessoa, que se deslocou pelo parte norte da província e cometeu vários homicídios".

Gabriel Wortman, um técnico em próteses dentárias, de acordo com a imprensa, circulava a bordo de um veículo idêntico aos da polícia, envergando pelo menos parte de um uniforme policial.

O homem abriu fogo em diferentes locais, em circunstâncias e por motivos ainda por esclarecer, num ataque que chocou o país, onde os tiroteios são raros.

Inicialmente, a comissária da Real Polícia Montada do Canadá (polícia federal), Brenda Lucki, indicou que 13 pessoas tinham morrido, mas posteriormente disse que o balanço dos ataques era de pelo menos 16 mortos, incluindo o atirador, de acordo com a cadeia pública CBC.

"É demasiado cedo para falar de motivações", declarou, em conferência de imprena, o responsável pelos inquéritos criminais da polícia federal de Nova Escócia Chris Leather, que tinha anunciado inicialmente "mais de dez mortos".

Várias vítimas "parecem não ter qualquer ligação com o atirador", mas "o facto deste indivíduo ter um uniforme e um veículo da polícia leva a crer que não se tratou de um ato espontâneo", acrescentou.

O ataque começou no sábado à noite na pequena localidade rural de Portapique, a cerca de 100 quilómetros da capital provincial de Halifax. Várias vítimas foram encontradas à frente e no interior de uma casa, para onde a polícia foi chamada depois de terem sido ouvidos tiros.

O presumível autor fugiu à chegada da polícia, desencadeando uma vasta caça ao homem, durante uma dezena de horas por toda a província, com as autoridades a pedirem aos residentes para se manterem em casa.

Gabriel Wortman foi detido no domingo de manhã, em circunstâncias que a polícia ainda não esclareceu.

"A perseguição terminou esta manhã [hora local] e o suspeito foi localizado. Posso confirmar que está morto", indicou Leather.

Uma agente policial morreu no domingo e um polícia ficou ferido, indicou a corporação.

Este massacre é considerado o pior alguma vez registado no Canadá.

Em 06 de dezembro de 1989, um homem matou a tiro 14 mulheres, no Instituto Politécnico de Montreal, antes de se suicidar.

Em 2018, em 23 de abril, um motorista de um camião atropelou deliberadamente oito mulheres e dois homens no centro de Montreal.

Com menos de um milhão de habitantes, que vivem sobretudo da exploração da madeira e da pesca, Nova Escócia é uma das províncias menos povoadas do país.

Além do polícia morto há um outro ferido. A vítima mortal é Heidi Stevenson, que estava há 23 anos nesta profissão e era mãe de dois filhos. Segundo um responsável, "Heidi recebeu uma chamada e foi cumprir o seu dever."

A anterior pior tragédia aconteceu em 1989, quando um outro atirador matou 15 mulheres em Montreal.

(Notícia atualizada às 7:20 com as últimas informações sobre o número de vítimas mortais)

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