Governo italiano aprova lei que obriga pais a vacinarem os filhos
O governo italiano aprovou esta sexta-feira uma lei que obriga os pais a vacinarem os filhos contra doenças contagiosas, face ao crescente número de casos de sarampo. Crianças até aos seis anos terão de ter as vacinas em dia para serem inscritas em qualquer creche ou infantário e os pais que matricularem os filhos na escola sem estes estarem vacinados poderão ter de pagar uma multa.
As vacinas contra o sarampo, a papeira, rubéola, varicela e a meningite, que antes eram apenas recomendadas passam a ser obrigatórias, segundo o primeiro-ministro italiano Paolo Gentiloni, citado pela Reuters.
"A falta de medidas apropriadas nos últimos anos e a propagação de teorias anti-científicas, especialmente nos últimos meses, levaram a uma redução na proteção", disse Gentiloni, numa conferência de imprensa.
A obrigatoriedade vai abranger a vacinação contra a poliomielite, a difteria, o tétano, a hepatite B, tosse convulsa e o haemophilus influenzae tipo B, que causa meningite e outras infeções graves como a pneumonia.
As autoridades de saúde italianas avisaram em abril que uma queda no número de vacinações tinha causado uma nova epidemia de sarampo no país. O Instituto Superior de Saúde italiano registou 2385 casos de sarampo só este ano, um número muito superior aos 840 casos registados no ano de 2016 e aos 250 casos de sarampo detetados em 2015.
O site da Comissão Europeia encoraja todos os países membros a "garantir que o maior número possível de crianças recebe as principais vacinas da infância".
Em Portugal, há 29 casos confirmados de sarampo. De acordo com a última atualização de dados disponível na página da internet da Direção-Geral de Saúde, mais de metade dos casos (59%) ocorreram em pessoas não vacinadas, 45% em profissionais de saúde e quase metade (45%) dos 29 casos confirmados precisaram de internamento.