Comentários de Trump parecem propaganda russa. Afeganistão quer explicações
A reunião pretendia debater o muro que o presidente dos Estados Unidos quer construir ao longo da fronteira com o México. Trump queria ouvir o seu gabinete sobre o controverso assunto, mas foi ele próprio que acabou por falar durante hora e meia. Um dos assuntos foi o da retirada das tropas americanaas da Síria, que Trump quer concretizar o mais depressa possível, mas uma coisa levou à outra e o presidente americano acabou a falar no Afeganistão, e na invasão soviiética do país, em 1979, mostrando-se favorável ao sucedido. "A razão porque a Rússia foi Afeganistão ao porque os terroristas estavam a ir para a Rússia. Fizeram bem em lá ir", disse o presidente.
O Afeganistão não levou muito tempo a reagir. "Em relação aos comentários, pedimos ao Governo dos Estados Unidos, um país amigo, uma explicação através dos canais diplomáticos e esperamos que a explicação nos seja dada num futuro próximo", indicou o gabinete de comunicação do presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, em comunicado.
A guerra afegã contra a invasão do seu país pelos soviéticos foi "uma luta de resistência nacional, que foi esmagadoramente apoiada pelo mundo, incluindo os EUA e as Nações Unidas", vincou o Governo do Afeganistão.
A reação do Afeganistão contra Washington surge numa altura em que Trump também já anunciou um plano para a retirada das tropas norte-americanas daquele país, enquanto decorrem conversações de paz com os talibãs, mas sem a participação do Governo de Cabul.
"As nossas relações com o resto do mundo são baseadas em interesses comuns, as forças internacionais não estão aqui apenas para a segurança do Afeganistão, estão aqui também para a segurança do mundo", conclui o comunicado de Cabul.