Um refugiado nigeriano foi morto em Itália, após ter tentado defender a mulher de um ataque racista. Emmanuel Chidi Namdi, que terá ido para o país com a família para fugir ao grupo terrorista Boko Haram, morreu esta quarta-feira na cidade de Fermo, um dia depois de ter sido espancado..O nigeriano, que tinha 36 anos, esteve em coma mas acabou por não resistir aos ferimentos causados pela agressão de Amedeo Mancini, um adepto de futebol que pertence à claque dos ultra do clube local. A confusão terá começado porque Amedeo, de 35 anos, insultou a mulher de Emmanuel, chamando-a de "macaca"..A polícia prendeu Amedeo Mancini e descreveu-o como um adepto de futebol extremista. Francesco De Minicis, advogado de Amedeo, afirmou que o cliente "não esperava que esmurrar o migrante tivesse este efeito", segundo a agência de notícias Ansa..O caso está a causar indignação na Itália e foi mencionado por várias figuras públicas que questionam o modo como os refugiados e imigrantes são discriminados no país e passam uma mensagem contra os crimes de ódio..O primeiro-ministro italiano Matteo Renzi condenou o ato numa publicação do Twitter e afirmou que o governo apoia a cidade de Fermo "em memória de Emmanuel"..[twitter:750924785916444672].Namdi e a mulher Chinyery, de 24 anos, foram acolhidos pela paróquia da cidade de Fermo, após terem saído da Nigéria, atravessado o Níger e a Líbia e terem atravessado o Mediterrâneo para chegarem à Itália..Segundo o padre Vinicio Albanesi que os acolheu, o casal tinha perdido a filha de dois anos há pouco tempo e a mulher tinha sofrido um aborto durante a viagem para Itália..As autoridades suspeitam que o casal tenha saído do seu país por medo do grupo terrorista Boko Haram, segundo o The Guardian..O ministro do Interior italiano Angelino Alfano foi para a cidade de Fermo para discutir a questão de segurança e ordem pública..A questão da imigração tem causado grande tensão na cidade. As igrejas, que têm acolhido migrantes e refugiados, foram alvo de quatro ataques com bombas nos últimos meses..A presidente da câmara de deputados, Laura Boldrini, disse sentir-se dececionada e indignada pelo ataque xenófobo e racista. "O ódio que envenena a nossa sociedade será reconhecido e não subestimado. Os que têm responsabilidade política e institucional devem distanciar-se de mensagens de ódio", escreveu a deputada que trabalhou com a agência da ONU para os refugiados no Twitter..[twitter:750954015626760192]