"Folha de São Paulo" divulga fotos de alegado suborno a aliado de Temer

Jornal publicou imagens que revelam uma eventual entrega de 500 mil reais (13 mil euros) a um deputado brasileiro próximo do Presidente
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Um deputado brasileiro terá recebido da empresa JBS 500 mil reais (13 mil euros) para acelerar uma decisão numa agência brasileira sobre matérias de concorrência. Segundo contou o presidente da JBS, Joesley Batista, depois de uma conversa com o presidente Temer, este terá encaminhado o empresário para o deputado Rocha Loures, que foi assessor da presidência até março.

A entrega de dinheiro ao deputado, acompanhada pela Polícia Federal, terá sido a primeira parcela. Nas imagens reveladas pela Folha de São Paulo, a mala começa por aparecer nas mãos de Ricardo Saud, diretor da JBS, acabando nas mão de Rocha Loures.

Esta noite, o juiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, divulgou hoje os áudios gravados pelo empresário Joesley Batista, da JBS, referente a uma conversa com o Presidente, Michel Temer, em que falavam sobre o pagamento de uma mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha.

"Dentro do possível, eu fiz o máximo que deu ali, zerei tudo o que tinha de alguma pendência. (...) E ele [Eduardo Cunha] foi firme em cima: cobrou. Acelerei o passo e tirei da fila", numa referência ao pagamento do suborno, afirmou o empresário.

Joesley Batista recordou as ligações feitas pelo "negócio dos vazamentos" (fugas de informação) a Eduardo Cunha, antigo presidente do Congresso, e ao ex-ministro Geddel Vieira Lima. "Volta e meia", essas fugas citavam "alguma coisa tangenciando a nós", acrescentou o empresário.

"Eu estou lá me defendendo (...) o que eu mais ou menos consegui fazer até agora. Eu estou de bem com o Eduardo [Cunha]", disse o empresário, ao que o Presidente o interrompeu: "Tem que manter isso, viu".

Esta conversa que indicia um suborno aos dois políticos gerou a abertura de um processo ao Presidente brasileiro, que se tornou hoje alvo de um inquérito do STF.

Michel Temer veio a público na tarde desta quinta-feira para fazer uma declaração pública e negou que tenha autorizado o pagamento de suborno em troca do silêncio de Eduardo Cunha.

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