Flávio Bolsonaro terá 100 mil euros à disposição para pagar a assessores

Filho mais velho do presidente, investigado por supostamente desviar salários de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa do Rio, vai mexer com muito mais dinheiro público como secretário do Senado

Eleito na quarta-feira para terceiro secretário da mesa do Senado do Brasil, Flávio Bolsonaro vai dispor no novo cargo de cerca de 500 mil reais, mais de 100 mil euros, para pagar mensalmente a assessores. O caso suscitou interesse na imprensa porque o filho mais velho do presidente da República é investigado pelas autoridades brasileiras de controlo financeiro (COAF) por, enquanto deputado estadual do Rio de Janejro, ter supostamente empregado funcionários fantasma, cujos salários depois desviava. O esquema, conhecido no Brasil por "mensalinho", foi batizado de "Coafgate" ou "Bolsogate".

Avança o jornal O Estado de S. Paulo que, na qualidade apenas de senador, Flávio já tinha, desde o início do mandato, aproximadamente 50 mil euros disponíveis para contratação de funcionários para o seu gabinete. Como foi escolhido para ocupar também a terceira secretaria terá mais cerca de 60 mil euros para distribuir por assessores. No total, juntando então a verba do gabinete com a da terceira secretaria, são um pouco mais de 100 mil euros para salários de auxiliares.

O COAF começou por suspeitar de movimentações atípicas de dinheiro de Fabrício Queiroz, um dos assessores de Flávio na assembleia carioca e amigo pessoal da família Bolsonaro há décadas. Mais tarde percebeu que esses movimentos coincidiam com a data do pagamento dos salários aos funcionários do deputado. Entre esses funcionários estavam familiares de Queiroz, com outras ocupações a tempo inteiro, e até um empregado a viver em Portugal, o que levantou suspeitas de prática de "mensalinho".

No âmbito de outra investigação, a da execução de Marielle Franco em março do ano passado, descobriu-se que a mulher e a mãe de Adriano Nóbrega, o chefe da milícia suspeita de ter morto a vereadora - chamada "Escritório do Crime" -, também haviam assessorado Flávio. O filho do presidente homenageou mesmo Nóbrega quando este estava preso por homicídio.

Nem o hoje senador, nem Fabrício Queiroz se explicaram ainda à polícia federal. Em entrevistas televisivas, porém, negaram ilícitos.

em São Paulo

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