Fernando Haddad acusado de homofobia

Candidato à presidência do Brasil, derrotado por Jair Bolsonaro, desiludiu parte da comunidade LGBT por causa de comentário no Twitter. Mas Jean Wyllys defendeu-o

Fernando Haddad, candidato do PT às últimas presidenciais, derrotado na segunda volta por Jair Bolsonaro, do PSL, foi acusado de homofobia por elementos da comunidade LGBT do Brasil, cujas causas defendeu durante a campanha eleitoral. Em causa, um tweet a propósito de uma discussão com o filho do presidente da República sobre o programa social Bolsa Família, um dos mais emblemáticos na Era Lula.

Em conferência de imprensa para assinalar os 100 dias do seu governo, Bolsonaro, que tem longo histórico de acusações de homofobia, anunciou o pagamento de 13º mês aos beneficiários do programa social, já em janeiro de 2014. Haddad, como outros dirigentes do PT, acusou o presidente de hipocrisia, relembrando declarações suas a chamar o programa de "bolsa migalha", entre outras críticas.

No meio da discussão, surgiu Carlos Bolsonaro (PSL), segundo filho de Jair, com um tweet onde se lia "chora, marmita". "Marmita" é o termo pejorativo que os apoiantes do atual governo usam para se referir à Haddad, numa referência às pessoas que costumam levar "marmitas" para os presos, tendo em conta, as visitas frequentes do dirigente do PT a Lula da Silva, detido em Curitiba por corrupção.

Haddad não se conteve e replicou: "Priminho está bem?". O ex-candidato usou o rumor espalhado pelos militantes anti-governo de que Carlos mantém relacionamento homossexual com um primo, conhecido como Léo Índio, com base em fotos dos dois partilhadas na internet.

Imediatamente o siteCatraca Livre, conotado com a extrema esquerda, criticou Haddad. "Haddad erra ao ser homofóbico com Carlos Boslonaro em discussão", titulou em longo artigo sobre o tema. "Não é necessário diminuir uma pessoa por ela supostamente ser LGBT, há mil e um formas de se confrontar Carlos Bolsonaro com argumentos políticos e muito mais válidos".

Jean Wyllys, ex-deputado pelo PSOL que saiu do Brasil por ameaças em decorrência da sua atividade pro-LGBT, saiu porém em defesa de Haddad. "Ninguém me chame a usar a causa LGBT para atacar Haddad só porque este se referiu a um hipócrita homofóbico nos termos em que se deveria referir".

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