Fauci alerta: "EUA poderão vir a ter 100 mil casos por dia" se não houver uma intervenção

O responsável pelo Instituto de Doenças Infecciosa considera que o país não está a conseguir controlar a pandemia. "Estou muito preocupado porque a situação pode piorar", admitiu Anthony Fauci durante uma audiência no Senado norte-americano.
Publicado a
Atualizado a

O médico norte-americano Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas, disse esta terça-feira na audiência do Senado dos EUA em Washington que "claramente não estamos no controlo total agora" da pandemia dos EUA.

"Continuaremos a ter muitos problemas" se as pessoas não começarem a manter a distância social e a usar máscaras, alerta.

Atualmente, os casos diários de covid-19 nos EUA estão na casa dos 40 mil por dia. A taxa diária de infeção "pode facilmente chegar a 100 mil por dia se não revertermos a tendência", afirma Fauci, acrescentando que "não ficaria surpreso" se visse uma taxa tão alta de infeção. "Vai ser muito perturbador, garanto-vos."

O especialista que faz parte da task force da Casa Branca para o combate à covid-19 recusou, no entanto, prever o número de mortes que a onda atual pode causar, mas de acordo com uma estimativa divulgada na semana passada pelo Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, o país pode atingir entre 130.000 a 150.000 óbitos até 18 de julho.

O número atual é de, pelo menos, 126.000 mortes e mais de 2,59 milhões o total de contágios, sendo que quatro Estados norte-americanos (Califórnia, Texas, Arizona e Florida) representam metade dos novos casos.

EUA estão a ir "na direção errada"

Perante o senado, Anthony Fauci manifestou preocupação "com o que está acontecer agora, principalmente nos quatro estados que respondem por cerca de 50% das novas infeções".

"Não estou satisfeito com o que está acontecer, porque estamos a ir na direção errada", disse Fauci.

Apesar da decisão do Presidente, Donald Trump, de cortar relações com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um alto responsável norte-americano disse esta terça-feira que os EUA continuam a trabalhar com a mesma.

"Não fui chamado de volta, não recebi instruções para me retirar", afirmou Brett Giroir, secretário adjunto da Saúde e membro do conselho executivo da OMS.

"De qualquer forma, provavelmente vai haver outro conselho executivo em outubro, acredito que vamos continuar a trabalhar com a OMS enquanto membros no que diz respeito aos padrões de saúde pública", acrescentou.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 505.500 mortos e infetou mais de 10,32 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

Atualizado às 20:05

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt