Ex-núncio apostólico do Vaticano em França vai ser julgado por agressão sexual em novembro
O ex-núncio apostólico do Vaticano em França, o arcebispo Luigi Ventura, acusado de agressão sexual por pelo menos quatro homens, vai ser julgado a 10 de novembro em Paris, de acordo com a informação dada por diferentes fontes à AFP esta quinta-feira.
Pela primeira vez na história moderna da diplomacia do Vaticano, a Santa Sé suspendeu a imunidade do bispo italiano em julho, autorizando, assim, a abertura de um processo legal.
"Estará presente na audiência", disse o seu advogado, Bertrand Ollivier, à agência de notícias francesa. "Esperava esta audiência para defender sua honra e sua inocência", acrescentou o advogado.
"É uma vitória", declarou Jade Dousselin, que representa um dos autores da ação judicial contra Luigi Ventura. A procuradoria "está a validar o que afirmávamos desde o primeiro momento", acrescentou Dousselin.
A primeira denúncia contra o arcebispo Luigi Ventura surgiu em fevereiro de 2019, quando um jovem afirmou que um mês antes o embaixador do Vaticano apalpou as suas nádegas durante uma cerimónia na autarquia de Paris.
Outros dois homens relataram eventos idênticos, que teriam ocorrido em 2018. Um quarto homem apresentou uma denúncia contra Ventura logo a seguir.
Diplomata de carreira do Vaticano, Luigi Ventura, de 75 anos, era representante da Santa Sé em França desde 2009, até à sua renúncia. O pedido de renúncia foi aceite pelo Papa Francisco em dezembro de 2019 por "limite de idade".
Antes, foi padre na nunciatura do Brasil, Bolívia e Reino Unido, sendo, então, nomeado secretário de Estado em Roma.