30 outubro 2017 às 15h48

Ex-diretor de campanha de Trump acusado de conspiração contra os EUA

Paul Manafort entregou-se esta manhã às autoridades

DN

Conspiração contra os Estados Unidos. Conspiração para lavagem de dinheiro. Declarações falsas. Falha na apresentação de relatórios sobre contas bancárias. Estas são algumas das 12 acusações que pendem sobre o antigo diretor de campanha de Donald Trump, que esta manhã se entregou às autoridades na sequência de uma investigação acerca da alegada interferência da Rússia nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016.

Paul Manafort chegou às instalações do FBI, em Washington, depois de um grande júri ter aprovado na sexta-feira, num tribunal de Washington, as primeiras acusações no âmbito desta investigação, liderada pelo procurador especial Robert Mueller. Desde que a CNN avançou essa informação que se antecipava a detenção dos acusados, cujos nomes não foram revelados.

Esta manhã, surgiram então notícias na imprensa norte-americana, nomeadamente na CNN e no New York Times, que avançavam que Manaforte se iria entregar. Pouco depois, o antigo diretor de campanha de Donald Trump foi filmado a chegar ao FBI.

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Rick Gates, um seu colaborador, também se apresentou às autoridades, estando acusado dos mesmos crimes, bem como George Papadopoulos, um antigo conselheiro do presidente dos Estados Unidos, que se terá dado como culpado de prestar falsas declarações ao FBI.

Donald Trump já reagiu no Twitter, desvalorizando os factos. "Desculpem, mas isto foi há anos, antes de Paul Manafort fazer parte da campanha Trump", escreveu questionando porque é que a investigação não se centrava em Hillary Clinton e nos democratas.

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Numa outra publicação na mesma rede social, escreveu: "Não há conluio".

A investigação

Mueller foi nomeado em maio do ano passado procurador especial para a investigação da alegada interferência russa nas eleições presidenciais norte-americanas de novembro do ano passado e para averiguar se houve algum tipo de coordenação entre a campanha do atual Presidente Trump e o Kremlin.

No âmbito da investigação do caso com a Rússia liderada por Mueller estão na mira também o genro e assessor de Trump, Jared Kushner, e o seu ex-assessor de segurança nacional Michael Flynn.

Além da equipa dirigida por Mueller, várias comissões do Congresso norte-americano estão a levar a cabo investigações paralelas.

Em finais de julho decorreram buscas na casa de Paul Manafort em Alexandria, no estado de Virginia, nas quais foram apreendidos vários documentos e outros materiais. Segundo informou então a Reuters, as buscas ocorreram sem aviso prévio e um dia depois de Manafort se ter reunido com o Comité dos Serviços de Inteligência do Senado. Nesse encontro, terá falado sobre a reunião que teve com a advogada russa Natalia Veselnitskaya em junho do ano passado.

Manafort foi uma das pessoas que esteve na reunião de Trump Jr. com a advogada russa Natalia Veselnitskaya, que alegadamente teria informações que podiam comprometer a candidata presidencial democrata Hillary Clinton. Manafort foi à reunião com o genro e com o filho de Trump.

Paul Manafort começou a trabalhar para Trump em março do ano passado, enquanto o empresário era ainda candidato à presidência dos Estados Unidos, e demitiu-se em agosto.

A demissão esteve envolvida em polémica, já que Manafort abandonou a campanha após surgirem relatos de que terá trabalhado secretamente para interesses russos no passado.