Ex-advogado de Trump chega a acordo com a justiça americana

Michael Cohen é investigado por alegados pagamentos para silenciar mulheres que se terão envolvido com Donald Trump, além de casos de fraude fiscal e bancária.
Publicado a
Atualizado a

O acordo do antigo advogado pessoal do presidente norte-americano com a justiça prevê que Michael Cohen se declare culpado dos casos de fraude bancária e fiscal pelos quais é acusado, mas, segundo avança o The New York Times, não inclui a cooperação do advogado quanto a informação que possa comprometer Donald Trump.

Atendendo à proximidade mantida com Trump ao longo da última década, na qual foi advogado pessoal do atual presidente, Michael Cohen é considerado um dos personagens potencialmente mais "perigosos" para a administração Trump. "É o homem que sabe onde estão escondidos todos os 'cadáveres'", ilustra Seth Hettena, veterano jornalista que acompanhou a carreira empresarial de Donald Trump ao longo dos anos.

Mesmo não estando a cooperar com as autoridades, a decisão de Cohen em assumir-se como culpado é considerado um duro revés político para o presidente norte-americano, já que parte da investigação sobre o advogado incidia nos pagamentos que terá feito para silenciar várias mulheres que denunciavam ter mantido casos amorosos com Donald Trump no passado, entre as quais a antiga atriz pornográfica Stormy Daniels.

O FBI fez buscas no escritório de Cohen em Nova Yorque no passado dia 9 de abril, durante as quais foram confiscados documentos relacionados com diferentes assuntos, entre eles os pagamentos que o advogado teria feito a Stormy Daniels. Como o pagamento ocorreu pouco antes das eleições presidenciais, as autoridades investigam se Cohen e Trump infringiram as regras de financiamento de campanha.

Mais recentemente, o próprio Cohen cedeu à estação CNN uma gravação na qual ele e o atual presidente conversam sobre outro pagamento para silenciar a ex-modelo da Playboy Karen McDougal, com quem Trump teria tido outro caso extraconjugal.

O processo ficou a cargo do procurador especial Robert Mueller, que lidera a investigação à interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016 e à possível ligação entre os russos e Donald Trump. E apesar de o acordo de Cohen com a justiça não prever cooperação e cedência de informação sobre outros casos, abre-se a expectativa para perceber até que ponto esta decisão do seu antigo advogado poderá ser prejudicial para o atual presidente dos EUA.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt