Esta proposta aparece numa versão preliminar da nova "Nuclear Posture Review", que avalia o dispositivo nuclear norte-americano, que o Pentágono deve publicar em fevereiro..Significa em particular uma rutura com a visão do anterior Presidente Barack Obama que, em 2009, em Praga, tinha apelado à eliminação de todas as armas nucleares..Considerando que a situação mundial é muito mais complexa que em 2010, data da publicação do seu último exame do dispositivo nuclear, o Pentágono concluiu que os EUA devem alinhar a sua posição nuclear pela "avaliação realista" das ameaças com os quais estão confrontados, provenientes designadamente da Coreia do Norte, Federação Russa ou China.."As ameaças agravaram-se fortemente" desde 2010, sublinhou o secretário da Defesa, Jim Mattis, no preâmbulo deste projeto de documento, que foi revelado pelo sítio de informação em linha Huffington Post. "Os EUA estão confrontados com um ambiente onde a ameaça nuclear é mais diversificada e avançada que nunca", insistiu..O Pentágono propõe portanto desenvolver novos tipos de armas nucleares de potência limitada, designadamente armas táticas, por vezes designadas 'mini armas nucleares', que têm um forte poder de penetração e são capazes de destruir 'bunkers' ou instalações submersas..No documento acrescentou-se que armas nucleares menos potentes e mais numerosas permitiriam contrariar a "confiança indevida" dos inimigos dos EUA na ideia de que Washington nunca utilizará as suas armas nucleares convencionais, demasiado potentes e destruidoras..O Departamento da Defesa e a agência federal de segurança nuclear devem desenvolver com esta intenção um míssil balístico mar-solo, especificou-se no documento. Esta arma assegurará "uma opção de retorsão capaz de penetrar nas defesas do inimigo", acrescentou-se..Contactado pela AGP, o Pentágono absteve-se de comentar o documento, sublinhando que se trata de um texto "pré-decisional", que ainda não foi aprovado pela Casa Branca..A versão final é esperada em 02 de fevereiro..Para Barry Blechman, cofundador do Stimson Center, um centro de investigação em Washington especializado na luta contra a proliferação nuclear, este documento representa um recuo em relação aos esforços das presidências precedentes, que procuraram reduzir o risco de conflito nuclear.