EUA consideram que Turquia deve participar na batalha de Mossul

O secretário da Defesa dos EUA defendeu que a Turquia pode fazer coisas produtivas nesta batalha

O secretário norte-americano da Defesa, Ashton Carter, disse esta sexta-feira estar confiante sobre a integração da Turquia na ofensiva para retomar a cidade iraquiana de Mossul ao grupo extremista Estado Islâmico (EI), apesar das divergências entre Bagdad e Ancara.

"Penso que existe um acordo sobre o princípio" entre as partes e "mantemos uma discussão sobre os detalhes práticos" de uma intervenção turca, explicou Ashton Carter após uma deslocação de algumas horas a Ancara.

"O Iraque compreende que a Turquia, enquanto vizinha da região de Mossul, tem um interesse sobre qual o desfecho" da batalha para reconquistar o último grande bastião dos 'jihadistas' no Iraque, assegurou o chefe do Pentágono.

"Estou convencido que podemos resolver o problema, que a Turquia pode fazer coisas produtivas" nesta batalha "e que apenas necessitamos de definir as modalidades práticas" desta participação, declarou.

"Estamos em vias de discutir essas modalidades práticas", acrescentou.

O Presidente turco Recep Tayyip Erdogan não pretende que a Turquia permaneça à margem das operações em Mossul, a segunda cidade do Iraque, e pretende o envolvimento do exército turco na ofensiva.

No entanto, e até ao momento, Bagdad tem-se oposto e ainda exigido a retirada de centenas de militares turcos estacionados numa base na cidade de Bachiqa, perto de Mossul, onde treinam combatentes sunitas iraquianos.

Na perspetiva de analistas, citados pela agência noticiosa France-Presse (AFP), o Presidente Erdogan preocupa-se com um novo equilíbrio de forças que será instaurado entre as diferentes comunidades após a libertação desta cidade sunita, receando uma posterior supremacia dos curdos e muçulmanos xiitas.

Um alto responsável norte-americano do Departamento da Defesa deixou entender que a Turquia poderá ter uma participação "não diretamente militar".

"Há muitas formas de contribuir" para uma campanha como a que decorre em Mossul, assinalou também citado pela AFP, sugerindo por exemplo que a Turquia poderia envolver-se "no apoio médico", "assistência humanitária" ou no treino das forças iraquianas, como sucede com os seus militares destacados na base de Bachiqa.

Forças iraquianas e combatentes curdos 'peshmergas', apoiados pela coligação internacional liderada pelos EUA, desencadearam na segunda-feira a batalha para retomar Mossul, controlada pelos 'jihadistas' do EI desde 2014.

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