Obama chora ao anunciar medidas para "evitar o próximo tiroteio"

"Há pessoas a morrer. E as constantes desculpas para a inação já não pegam", disse o presidente dos Estados Unidos
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Rodeado por sobreviventes de tiroteios, Barack Obama dirigiu-se à América para defender que é possível reduzir a violência com armas que "todos os anos mata 30 mil americanos", sem violar a segunda emenda da Constituição, que garante o acesso dos cidadãos americanos às armas.

"Há pessoas a morrer. E as constantes desculpas para a inação já não pegam. Por isso estamos aqui hoje. Não para debater o último tiroteio mas para impedir o próximo", garantiu Obama na Casa Branca, sob os aplausos dos presentes.

Uma das medidas que Obama pretende introduzir é uma análise mais minuciosa ao passado de quem compra armas. E Obama recordou que "até o presidente George W. Bush apoiou a expansão da análise do background". E sublinhou que mesmo a NRA, o poderoso lóbi das armas, o faz, tal como a maioria dos eleitores republicanos. Mas o Congresso tem insistido em bloquear a mudança na lei. E acrescentou: "O lóbi das armas pode ter o Congresso refém, mas não pode ter a América refém" dos seus interesses".

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Recusando "aceitar estes massacres", Obama, que se mostra visivelmente emocionado, anuncia que quem vender armas passar a ser obrigado a ter licença e a fazer a análise do passado dos compradores. Se não o fizer ficará sujeito a ações legais.

Outra das medidas passa por reforçar o orçamento para a saúde mental. A Administração Obama propõe que o orçamento para 2017 contenha 500 milhões para o tratamento de doenças mentais. Além disso, os estados deverão fornecer informações sobre a saúde mental dos seus habitantes, permitindo que estes dados estejam disponíveis se estas pessoas quiserem comprar uma arma.

Obama prepara-se para desencadear uma tempestade ao ignorar o Congresso, recorrendo às ordens executivas para passar estas medidas. Segundo os republicanos, que têm a maioria tanto na Câmara dos Representantes como no Senado, o presidente está a ultrapassar os seus poderes. Afinal o Congresso não aprova legislação para restringir o acesso às armas desde os anos 90.

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