Espanha recebe um milhão de testes rápidos para diagnosticar doença

O ministro da Saúde de Espanha, Salvador Illa, revelou esta segunda-feira em Madrid que o país vai receber esta semana um milhão de testes para diagnóstico rápido da infeção pelo novo coronavírus, adquiridos nos últimos dias.
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Os testes rápidos serão utilizados de forma maciça em profissionais de saúde, infetados e grupos ou locais de risco, como são as residências de terceira idade.

O ministro da Saúde informou em conferência de imprensa que no domingo já foram distribuídos oito mil exames deste tipo na Comunidade de Madrid, a mais atingida pelo novo coronavírus, e que na terça-feira esta região irá receber mais 50 mil. Segundo Salvador Illa estão a ser realizados diariamente entre 15 mil e 20 mil testes.

Em Espanha, assim como noutros países, é extremamente difícil conhecer o número exato de pessoas infetadas com o novo coronavírus porque desde que a transmissão na União Europeia ficou fora de controlo, há duas semanas, foram realizados testes no país quase exclusivamente a doentes graves e pessoas vulneráveis com sintomas respiratórios.

Esta situação está assim em vias de se alterar, com a Espanha a generalizar, nos próximos dias, a utilização de testes de diagnóstico "rápido" para a deteção do covid-19.

O objetivo é que, com este tipo de exames, se chegue a uma população mais vasta, tanto em grupos vulneráveis como àqueles que permanecem em casa com sintomas.

Quanto ao equipamento de proteção com máscaras, o ministro da Saúde afirmou que até domingo foram entregues quatro milhões ao Sistema Nacional de Saúde, e que esta segunda-feira foi recebida uma entrega de 1,5 milhões, que será distribuída com a "máxima rapidez" e que mais entregas vão ser feitas esta semana.

Illa assegurou que o Governo está a multiplicar os seus esforços para mobilizar todos os recursos do Estado a fim de obter o material de saúde necessário e que todas as comunidades autónomas e outros agentes que o desejem podem e devem também abastecer-se com o material.

O ministro da Saúde espanhol tem enfatizado que o executivo está a concentrar os seus esforços para adquirir material em três áreas: equipamentos de proteção, respiradores e ventiladores, e testes de diagnóstico rápidos.

O responsável governamental acrescentou que a intenção é também criar uma reserva estratégica, estando a indústria nacional espanhola a ser mobilizada para produzir estes produtos em Espanha.

O país tem uma população mais de quatro vezes superior à portuguesa, mas, em termos relativos tem, neste momento, mais casos do novo coronavírus.

Lopetegui diz Espanha acordou tarde e ignorou Itália

O treinador de futebol do Sevilha, Julen Lopetegui, lamentou esta segunda-feira que a Espanha tenha acordado tarde na luta à pandemia de Covid-19, e que não tenha dado a devida importância ao que já estava a acontecer em Itália.

"Tivemos um exemplo muito próximo, aqui ao nosso lado, em Itália, a olhámos para esse problema demasiado tarde. Por alguma razão, não fomos prevenidos. Não houve intuição que o cenário dramático que existia em Itália, também podia suceder no nosso país. É claro que as medidas tomadas inicialmente não foram suficientes", afirmou Lopetegui, em declarações à rádio Sevilha.

O antigo treinador do FC Porto (2014-2016) considerou que as federações nacionais e a UEFA, que adiou o Euro 2020, tomaram as "decisões que tinham que ser tomadas" e lembrou que, neste momento, o "futebol é algo secundário".

"A prioridade é a saúde. Agora, estamos todos nas trincheiras. Não é hora de discutir se as medidas foram oportunas ou oportunistas. Haverá tempo para analisar essas responsabilidades. Agora, o importante é lutar contra um inimigo comum", frisou o treinador de 51 anos.

O antigo guarda-redes e ex-selecionador espanhol confessou ainda que algumas pessoas "por quem tinha muito carinho" já perderam a vida devido ao novo coronavírus.

Espanha registou nas últimas 24 horas 462 mortos com o novo coronavírus e um aumento de 4.517 no número de infetados, de acordo com a atualização diária feita esta segunda-feira pelas autoridades de saúde do país.

Segundo os números do Ministério da Saúde espanhol, desde o início da pandemia, o país teve um total de 33.089 casos da pandemia do covid-19, dos quais 2.182 morreram e 3355 já tiveram alta e são considerados como curados.

A região mais atingida pelo covid-19 é a de Madrid, com 10.575 infetados e 1263 mortos, seguida pela da Catalunha (5925 casos de infeção e 245 mortos), a do País Basco (2421 casos e 120 mortos) e a de Castela-Mancha (2078 casos e 145 mortos).

Por seu lado, as autoridades sanitárias portuguesas informaram esta segunda-feira que há 2.060 infeções confirmadas no país e 23 mortes com a doença.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia do covid-19, já infetou mais de 324 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 14 300 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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