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Coronavírus: Número de mortos ultrapassa os 900

Último balanço dá conta de 97 novas mortes devido ao vírus de Wuhan. Teste a britânico internado em hospital de Palma de Maiorca deu positivo. É o segundo caso confirmado em Espanha.

O número de mortes por coronavírus aumentou este domingo para 908, depois de no sábado ter ultrapassado as mortes por SARS em 2002-2003, com um total de casos a chegar a 40171, segundo dados oficiais.

Hoje contabilizaram-se mais 97 mortes em relação aos números de sábado devido ao vírus 2019-nCoV, com epicentro na cidade chinesa de Wuhan, na província central de Hubei. Desde o último balanço registaram-se mais 2618 casos de contágio.

O SARS -- Síndrome Respiratório Agudo Severo fez 774 mortes no mundo inteiro.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países. Apenas dois dos mortos foram fora da China continental: um em Hong Kong e um nas Filipinas.

A Organização Mundial de Saúde declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que varia entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.

Espanha confirma segundo caso

Um dos pacientes britânicos que está internado no hospital universitário Son Espases, em Palma de Maiorca, está infetado com o coronavírus, de acordo com o teste realizado pelo Centro Nacional de Microbiologia, escreve o ​​​​​​El Mundo.

O paciente infetado é uma das quatro pessoas de uma família oriunda do Reino Unido que vive em Maiorca. Pais e filhas, de 7 e 10 anos, estavam internados no hospital universitário desde sexta-feira, depois de se saber que o homem tinha estado em contacto com uma pessoa infetada numa estância de esqui em França. A mãe e as crianças não apresentam sintomas e os resultados dos seus testes deram negativo, diz o El Pais. O pai, pelo contrário, apresentou sintomas de infeção respiratória e leve febre na semana passada.

"O paciente está bem de saúde, praticamente não apresenta sintomas, mas deu positivo tem que ser mantido em isolamento", explicou o diretor do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências do ministério da Saúde, Fernando Simón, citado pelo El País.

Foi o próprio britânico que decidiu apresentar-se no hospital. Pouco depois a família também entrou em quarentena. Neste momento, as autoridades sanitárias realizam um chamado "estudo de contacto" para avaliar com saber com quem esteve em contacto e informar estas pessoas. No caso de contacto mais próximo ou frequente as pessoas serão mantidas sob avaliação, os contactos casuais serão avisados para estarem vigilantes quanto aos sintomas do coronavirus.

"Este caso não representa um aumento do risco em Espanha, dado que continua a tratar-se de contágios que ocorreram fora do país", sublinhou Fernando Simón.

O primeiro caso de coronavirus registado em Espanha foi detetado nas Ilhas Canárias, tratando-se de um turista alemão que, ainda na Alemanha, teve contacto com uma pessoa infetada. O turista permanece em isolamento.

Avião com 200 pessoas retiradas de Hubei chegou ao Reino Unido

Este domingo, o segundo e "último" avião fretado por Londres para repatriar cerca de 200 britânicos e outros cidadãos estrangeiros que ainda estavam na província chinesa de Hubei aterrou hoje no Reino Unido.

A bordo do aparelho estavam cerca de 200 pessoas, britânicas e de outras nacionalidades (nomeadamente 38 franceses), "incluindo uma equipa médica", informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico num comunicado. O grupo irá cumprir agora um período de isolamento de 14 dias.

O Reino Unido, que aconselhou os cerca de 30 mil britânicos localizados na China a deixarem o território chinês para minimizar a exposição ao novo coronavírus, já tinha repatriado 94 cidadãos britânicos da cidade de Wuhan.

Um grupo de 83 pessoas regressou no primeiro avião fretado por Londres, em cooperação com as autoridades espanholas, e os restantes 11 vieram num voo francês cofinanciado pela União Europeia (UE).

Brasileiros repatriados chegam a Goiás

Os cidadãos brasileiros e familiares chineses que estavam em Wuhan e foram repatriados chegaram este domingo à base aérea de Anápolis, Goiás.

Transportados em dois aviões VC-2 da Força Aérea brasileira, os 34 brasileiros, sete deles crianças, deixaram as aeronaves com máscaras a taparem o rosto após 37 horas de voo.

Uma vez em terra, o grupo foi transportado para um hotel de trânsito, dentro do aeroporto, onde vai ficar em quarentena durante 18 dias.

Durante a viagem, os passageiros ouviram uma mensagem de Jair Bolsonaro. "Sejam bem-vindos de volta ao seu país, ao nosso Brasil. Ninguém ficou para trás. Somos um só povo, uma só raça, somos irmãos", disse o presidente do Brasil, que, no eclodir da epidemia, afirmou que o governo não planeava repatriar cidadão brasileiros de Wuhan, cidade onde começou o contágio do novo coronavírus.

Mais um caso no Reino Unido

Também este domingo, as autoridades de saúde do Reino Unido confirmaram o quarto caso de infeção com o novo coronavírus no país, indicando que se trata de um caso de transmissão de pessoa para pessoa.

O diretor-geral da saúde britânico, Chris Witthy, precisou que o paciente em questão esteve em contacto com outra pessoa infetada identificada no Reino Unido e que a transmissão do vírus, que foi detetado pela primeira vez na China, aconteceu em França.

Os especialistas de saúde britânicos "continuam a trabalhar afincadamente para identificar as pessoas que entraram em contacto com os pacientes dos casos identificados no Reino Unido", prosseguiu Chris Witthy.

"Identificaram com sucesso este indivíduo e garantiram que ele está a receber o apoio adequado", acrescentou o diretor-geral da saúde do Reino Unido, citado pela Lusa.

O paciente em questão foi transportado para o Royal Free Hospital em Londres, um centro especializado que possui "medidas robustas de controlo de infeções para impedir qualquer possível propagação do vírus", concluiu o responsável.

O fim da quarentena no cruzeiro retido em Hong Kong

Este domingo, as pessoas a bordo do cruzeiro que foi retido no porto de Hong Kong receberam autorização para abandonar o barco, depois de todos os testes realizados terem dado negativo. Neste grupo incluem-se sete pessoas com passaporte português.

As pessoas que viajavam a bordo do World Dream estavam há cinco dias retidas no navio, que entre 19 e 24 de janeiro transportou três passageiros chineses que, veio mais tarde a descobrir-se, estavam infetados com o coronavírus. Quando o World Dream atracou em Hong Kong, na última quarta-feira, as autoridades decretaram quarentena a todos os que estavam a bordo e a tripulação foi sujeita a testes, cujos resultados foram agora conhecidos.

Atualizada às 23:05 de domingo 9 de fevereiro

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