Eslováquia exige cimeira da UE após ataques sexuais em Colónia
Depois de ter dito na véspera que "a ideia de uma Europa multicultural é irrealizável, uma ficção, um sonho que não funciona", o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, anunciou ontem que vai pedir uma cimeira extraordinária da UE na sequência dos ataques sexuais a mulheres registados em Colónia, região do Oeste da Alemanha, na noite da passagem de ano.
Segundo indicou ontem o Ministério do Interior alemão, 31 suspeitos dos ataques foram identificados e desses pelo menos 18 são requerentes de asilo. Ao todo foram apresentadas 120 queixas e as vítimas dos ataques apontaram, como autores dos mesmos, homens "de aparência árabe ou do norte de África".
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De acordo com vários jornais, houve mais casos em várias outras cidades alemãs, estando também a ser investigadas situações semelhantes em países como a Áustria, a Finlândia e a Suíça. Segundo revelou ao 'Welt am Sonntag' o chefe do sindicato de polícia do estado da Renânia do Norte-Vestefália, ao qual pertence Colónia, na noite de passagem de ano foram registados mais de 80 controlos de identidade e detenções. "É garantido que havia refugiados entre os agressores", declarou Arnold Pickert.
Segundo a revista 'Spiegel', que cita um relatório interno da polícia, um indivíduo que foi interpelado pelos agentes disse: "Sou sírio, têm que me tratar bem. Foi a senhora Merkel quem me convidou." Outros atacantes, diz o relatório, rasgaram as suas autorizações de residência em frente aos polícias afirmando: "Não me podes fazer nada, amanhã consigo outra."
O jornal 'Kölner Stadt-Anzeiger' publicou ontem que a chefia da polícia de Colónia sabia desde a noite da passagem de ano que "da centena de pessoas interpeladas a maioria eram homens jovens refugiados da Síria, Irão e Afeganistão". A presidente da câmara daquela cidade alemã, Henriette Reker (apoiada pela CDU, pelo FDP e pel" Os Verdes), e o chefe da polícia Wolfgang Albers foram ambos criticados pela gestão que fizeram do caso. Albers foi ontem afastado do cargo.
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Angela Merkel, que já enfrentava um forte debate interno sobre a real capacidade da Alemanha para integrar os 1,1 milhões de refugiados que chegaram ao país em 2015, prometeu na quinta-feira mão pesada para quem participou nos ataques "repugnantes" e "insuportáveis" da noite da passagem de ano. A chanceler solidarizou-se com as mulheres atacadas por cerca de mil homens em Colónia. Ontem, o vice-chanceler, Sigmar Gabriel, que é também líder do SPD, parceiro de coligação de Merkel, disse ser favorável à expulsão de refugiados que sejam condenados na Alemanha.
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