Duas pessoas assassinadas ao tentarem acalmar homem que falava contra muçulmanos

O suspeito estava a insultar duas mulheres que pareciam muçulmanas
Publicado a
Atualizado a

Dois homens foram mortos num comboio em Portland, nos EUA, esta sexta-feira, quando tentaram impedir um homem de insultar duas mulheres por parecerem muçulmanas, informou a polícia de Portland em comunicado.

O incidente aconteceu num comboio, por volta das 16.30, quando um homem começou a gritar insultos contra duas mulheres por serem muçulmanas. "No meio daquele arrazoado e delírio, algumas pessoas aproximaram-se e tentaram intervir. Foram atacadas de forma violenta pelo suspeito", disse o porta-voz da polícia, Pete Simpson, em conferência de imprensa.

Três homens tentaram intervir, tendo sido esfaqueados, e dois acabaram por morrer. O agressor foi detido pouco depois e as mulheres abandonaram o local antes de a polícia ter tido a oportunidade de as entrevistar. Segundo testemunhas, as mulheres pareciam muçulmanas, uma vez que uma delas usava um hijab.

"Ele gritou 'saiam do comboio e saiam do país porque não pagam impostos aqui'", contou uma passageira a uma televisão local, a KATU-TV. A polícia disse que, segundo os relatos das testemunhas, o homem estava a gritar sobre várias coisas e acrescentou que desconhece se o suspeito sofre de doença mental ou se estava sob o efeito de drogas.

Numa declaração sobre o ataque, o Conselho para as Relações Americano-Islâmicas disse que os incidentes anti-muçulmanos aumentaram em mais de 50% nos Estados Unidos de 2015 para 2016 devido, em parte, ao foco do presidente Donald Trump em grupos islâmicos e à retórica anti-imigrantes.

"O presidente Trump deve falar publicamente contra a maré crescente de islamofobia e outras formas de intolerância e racismo no nosso país que ele provocou através de numerosas declarações, políticas e nomeações que têm tido impacto negativo nas comunidades minoritárias", disse Nihad Awad, diretor executivo nacional do Conselho.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt