Desarmamento total da ETA concluído até 8 de abril
"A ETA confiou-nos a responsabilidade do desarmamento do seu arsenal e, na tarde de 8 de abril, a ETA estará totalmente desarmada", disse ao jornal francês Le Monde Jean-Noël Etcheverry, líder do movimento Bizi!, um dos cinco detidos a 16 de dezembro pelas autoridades espanholas quando tentavam desfazer-se de várias armas da ETA. Segundo ele, a organização vai revelar a localização dos últimos esconderijos de armas.
O arsenal da ETA é atualmente bastante reduzido, com os media espanhóis a dizer que o anúncio tem um caráter meramente simbólico. Depois de renunciar à luta armada, em outubro de 2011, a organização terrorista quis negociar com o governo espanhol o desarmamento, enviando uma representação para a Noruega à espera de um interlocutor do governo do PP, que nunca chegou. Em final do ano passado, envolveu intermediários civis na operação, com a supervisão do Comité Internacional de Verificação.
O porta-voz da coligação pró-independência EH Bildu, Arnaldo Otegi, disse que esta é "uma boa notícia", acrescentando ter "a satisfação de pode dizer que a esquerda independentista tem estado a trabalhar para que a paz se consolide no nosso país". Otegi, ex-líder do ilegalizado Batasuna, a ala política da ETA, saiu em liberdade em março do ano passado, depois de cumprir seis anos e meio de prisão por ter tentado reconstruir o partido.
O lehendakari (chefe do governo basco) Iñigo Urkullu pediu a abertura de "canais de comunicação" entre a ETA e os governos de Espanha e França para facilitar o anúncio do desarmamento "definitivo, unilateral, irreversível, completo e legal" da organização terrorista. O governo espanhol insistiu nas exigências que tem feito sempre: desarmamento e dissolução da ETA.