Deputada do Vox compara feminismo a cancro
A proposta em debate na assembleia de Madrid visava eliminar os estereótipos de género nas escolas e incluía a criação de uma disciplina de Educação em Valores, a revisão de manuais com uma perspetiva feminista, garantir a liberdade de escolha em relação aos uniformes e a criação de "pátios escolares inclusivos". Mas teve a oposição frontal da eleita pelo partido de extrema-direita Vox, que classificou as propostas de "tolices" e de "disparates ideológicos" e mostrou-se inquieta pelo "lesboterrorismo" e pelo "pornofeminismo".
"Eu faria da costura de botões uma disciplina obrigatória, em vez de feminismo (...) A costura de botões empodera muito", disse.
A representante citou Milo Yiannopoulos, ex-editor do site de extrema-direita norte-americano Breitbart, ao afirmar que o "feminismo é cancro". "Todos conhecem casos de mulheres que denunciam os maridos para conseguir um acordo melhor em caso de divórcio. Negar isto é como defender que a Terra é plana", disse Rubio.
A deputada municipal menorizou ainda os dados sobre a violência de género: "Nós, as mulheres, estamos muito pior do que na Arábia Saudita, estamos terrivelmente mal", antes de dar um conselho: " Mata-se por muitas razões, vejam filmes policiais."
Alicia Rubio escreveu o livro Cuando nos prohibieron ser mujeres...y os persiguiaron por ser hombres (Quando nos proibiram ser mulheres...e perseguiram-vos por serem homens), que denuncia a "a ideologia de género" como "a negação da base biológica da pessoa, ao construir um ser humano baseado apenas na sua natureza cultural, o que gera no indivíduo um alto grau de infelicidade e irracionalidade".
A obra foi premiada pela associação católica e ultraconservadora HazteOir por denunciar as políticas de género e, do outro lado da barricada ideológica, a sua participação tem sido vetada em debates, como na Faculdade de Direito da Universidade Complutense de Madrid. No ano passado, após o cancelamento de uma conferência em Santander sobre a "ditadura da ideologia de género", Rubio disse que os grupos feministas e LGBT são uma "máfia miserável e liberticida financiada com dinheiro público".