Próximo debate entre Trump e Biden virtual? Presidente considera "ridículo"
O próximo debate entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o adversário democrata, Joe Biden, será totalmente virtual por causa das preocupações com o novo coronavírus, anunciou a comissão que organiza estes frente-a-frente. O debate está marcado para 15 de outubro e devia acontecer em Miami, na Florida.
"O segundo debate presidencial terá o formato de uma town meeting [uma espécie de assembleia onde os eleitores indecisos questionam diretamente os políticos], na qual os candidatos vão participar de localizações separadas remotas", segundo um comunicado da Comissão de Debates Parlamentares.
A mudança é para "proteger a saúde e a segurança de todos os envolvidos", de acordo com o mesmo comunicado, conhecido menos de uma semana depois de o presidente norte-americano ter testado positivo para a covid-19.
Mas, numa entrevista à Fox Business, Trump apelidou o plano de ridículo. "Não vou perder o meu tempo num debate virtual, isso não é debater. Sentas-te atrás do computador e fazes um debate, ridículo", disse, acusando a comissão de "tentar proteger Biden".
A campanha do ex-vice-presidente de Barack Obama também já respondeu à proposta, dizendo que ele está desejoso de "falar diretamente ao povo norte-americano e comparar o seu plano para unir o país e reconstruir melhor com a liderança falhada de Donald Trump em relação ao coronavírus, que transformou a forte economia que herdou na pior recessão desde a Grande Depressão".
O próprio Biden disse aos jornalistas antes de partir para um evento no Arizona que não sabe o que fará se Trump não participar no debate. Uma das razões, disse, é porque Trump "muda de ideias a cada segundo". O candidato democrata disse que irá seguir as recomendações da comissão.
Apesar de parecer inovador, não será inédito: em 1960, no terceiro debate entre John F. Kennedy e Richard Nixon, o democrata estava em direito no estúdio de Nova Iorque e o republicano em Los Angeles. O moderador estava num terceiro estúdio, em Chicago, recorda o The New York Times.
(Atualizada às 16.00 com reação da campanha de Biden)