Ele fotografa a resistência a Trump. E oferece as fotos

O fotógrafo David Moriya tem estado cheio de trabalho nos tempos mais recentes. Só pensa em parar quando houver paz
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David Moriya é um fotógrafo freelancer e o seu último projeto envolve Donald Trump. Os tempos que se vivem sob a presidência deste, mais concretamente. Moriya criou o "Resistance Photography Project" no dia 21 de janeiro, um dia depois de Donald Trump tomar posse.

O conceito é simples. O fotógrafo vagueia por manifestações e eventos anti-Trump, como a Marcha das Mulheres e outras marchas e manifestações em Nova Iorque, cedendo depois as fotos a organizações sem fins lucrativos, para serem usadas.

Organizações como o American Civil Liberties Union ou o Center on American-Islamic Relations já receberam fotos de Moriya.

"Isto é uma revolução e eu quero fazer parte dela. Fazer parte de algo, para mim, é tirar fotos. E eu quero que as fotos não sejam para mim, mas para toda a gente. Estamos a tentar mudar as coisas. Não é sobre ser conhecido, isto precisa de ser visto", disse David Moriya ao Huffington Post.

Desde a tomada de posse de Donald Trump que David fotografou cerca de uma dezena de eventos em Nova Iorque.

"Organizações sem fins lucrativos podem usar as fotos, especialmente se estiverem a ser o anfitrião do protesto. A parte mais forte, para mim, é o número de pessoas. Elas enchem as ruas. Tantos corpos. É um mar de gente a lutar por aquilo em que acredita e isso é poderoso", acrescenta.

As motivações para documentar os protestos também têm a ver com motivos pessoais, dado que a avó e outros parentes de David Moriya são sobreviventes dos campos de concentração japoneses durante a II Guerra Mundial.

O paralelo com o que está a acontecer agora entre a administração de Donald Trump e os muçulmanos também levou David a pegar na câmara.

Assim, o "Resistance Photography Project" nasce do "atual clima político". "É um movimento criativo e uma comunidade de fotojornalistas e ativistas que dão o seu tempo para participar e fotografar demonstrações de oposição política", lê-se no site do fotógrafo.

"A missão é documentar protestos contra a discriminação, preconceito, o silenciamento da imprensa as eleições e a presidência", pode também ler-se.

O projeto "não era um objetivo de carreira", mas David não se vê a parar num futuro próximo. "Eu quero paz. Talvez depois disso tire uma pausa", diz.

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