Cruz pisca olho ao partido a pensar em duelo com Trump

Senador do Texas tenta convencer establishment que é melhor alternativa a magnata
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Ainda há três anos, várias personalidades do partido republicano acusavam Ted Cruz de enganar os seus apoiantes quanto à eficácia de um bloqueio (shutdown) ao governo. Hoje, o senador do Texas surge como a melhor hipótese de travar Donald Trump na corrida à nomeação do partido para as presidenciais de 8 de novembro. E sabe disso. Por isso não hesita em piscar o olho ao aparelho republicano, desesperado por impedir que o milionário se torne o candidato à Casa Branca.

"Venham daí", desafiou Ted Cruz os membros do partido no domingo diante de centenas de apoiantes na Carolina do Norte. Este foi um dos estados que ontem foi a votos, juntamente com o Illinois, Missouri, Florida e Ohio (nos três últimos, quem vencesse as primárias levava todos os delegados - 217 ao todo). Uma minissuperterça-feira que tinha tudo para ser decisiva para Marco Rubio e John Kasich. O senador da Florida e o governador do Ohio tinham de vencer nos seus estados, sob pena de verem as suas candidaturas acabar.

É a pensar neste cenário e num possível duelo com Trump pela nomeação republicana que Ted Cruz não se tem cansado de lembrar o establishment do partido que é a sua melhor hipótese de travar o magnata do imobiliário. Uma tarefa difícil, como reconhecia ontem o New York Times. Mas é verdade que nas últimas semanas o senador do Texas recebeu alguns apoios importantes, como o do senador Mike Lee, do Utah, ou da revista National Review, mesmo se esta não escondeu a sua falta de entusiasmo com um candidato que admite não ser "perfeito".

Num claro esforço para unir o partido em torno da sua candidatura, Cruz até admitiu que haveria "um lugar" para Rubio e Kasich numa eventual Administração sua. E promoveu ainda encontros com o senador Lindsey Graham, um velho inimigo, e com o antigo adversário na corrida republicana Jeb Bush.

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São só quatro anos

O apoio de Ben Carson a Donald Trump surpreendeu tanta gente que o ex-neurocirurgião, que desistiu da corrida republicana no dia 4, veio ontem explicar a sua decisão. No canal por cabo Newsmax TV, disse-se confiante de que terá um papel numa Administração Trump, caso o milionário vença as presidenciais de novembro.

Quanto a apoiar Trump, Carson garantiu que o fez para unir o partido. O médico está convencido de que se nenhum candidato chegar à convenção de julho com a nomeação garantida, seja quem for o nomeado que ali for escolhido, não terá hipóteses de chegar à Casa Branca. Mais, tal divisão pode mesmo custar aos republicanos a sua maioria no Senado e na Câmara dos Representantes. Por isso, o partido precisa da energia de Trump. "E mesmo que não venha a ser assim tão bom presidente, o que não penso que venha a acontecer, [...] estamos apenas a falar de quatro anos."

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