Companhia aérea paquistanesa sacrifica cabra para evitar que mais aviões caiam

O ritual foi feito para "espantar o mal", após um avião da companhia ter caído, matando 47 pessoas
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A companhia aérea nacional do Paquistão está a ser fortemente criticada por ter sacrificado uma cabra para "espantar o mal" e evitar acidentes de aviação como o que ocorreu a 7 de dezembro. Neste que foi um dos piores acidentes de aviação do país morreram 47 pessoas.

O caso tornou-se um dos temas mais discutidos no país após terem sido publicadas fotografias de funcionários da Pakistan Internacional Airlines (PIA, sigla em inglês) a matarem uma cabra preta no domingo, na pista de descolagem e ao lado de um avião ATR-42. A aeronave é do mesmo modelo da que caiu no início do mês, matando todas as pessoas a bordo, segundo a BBC.

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A morte da cabra serviria para "espantar o mal", segundo crenças locais, pois era a primeira vez que um avião ATR-42 da PIA levantava voo desde o acidente. Os voos destes modelos de aeronave foram cancelados, logo após o acidente, para que os aviões fossem avaliados.

O ato dos funcionários está a ser muito criticado por alguns, que dizem a companhia aérea devia investir em mecanismos de segurança e não em sacrifícios de animais, e aplaudido pelos paquistaneses mais crentes.

A porta-voz da PIA veio afirmar que o sacrifício da cabra foi feito pelos funcionários por sua própria iniciativa e que a administração da empresa nada teve a ver com o acontecimento.

"Quando Charles Perrow estava a trabalhar na teoria dos Acidentes Normais, ele esqueceu-se totalmente das cabras como um seguro contra acidentes", escreveu o jornalista paquistanês Ejaz Haider no Twitter.

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"PIA, cabras não mantêm aviões no ar e a voar. Eficiência faz isso. Acidentes ainda acontecem, é o perigo de tecnologias de alto risco", continuou o jornalista.

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Outras pessoas defendem o ato dos funcionários e dizem que é importante pedir proteção e respeitar as crenças e superstições.

O avião ATR-42 da PIA ia para Islamabad, a capital do país, quando caiu no dia 7 de dezembro pouco depois de ter descolado, matando todas as 47 pessoas que iam a bordo.

A Pakistan International Airlines tem sido acusada de várias falhas de segurança e, desde 2007, está proibida de voar na União Europeia, segundo a Lusa. O maior acidente da companhia aconteceu em 2006 e teve como resultado 44 vítimas mortais.

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