Combates na capital do Sudão do Sul intensificam-se
Os combates entre forças sul-sudanesas e ex-rebeldes intensificaram-se hoje em Juba e estenderam-se a várias bairros da capital e às imediações do aeroporto internacional, dois dias após confrontos que fizeram mais de 150 mortos.
A ONU indicou que houve disparos de morteiro e de lança-granadas. Foi também assinalada a presença de helicópteros de combate, de tanques e muitos habitantes da cidade tiveram de esconder-se em casa ou de fugir, de acordo com testemunhas.
"A situação deteriorou-se consideravelmente em Juba", advertiu a embaixada dos Estados Unidos, aconselhando os norte-americanos a permanecerem em casa.
"Estão a decorrer intensos combates entre forças governamentais e da oposição nas imediações do aeroporto, da missão da ONU e em diferentes zonas de Juba", indicou na sua página no Facebook.
Não foi avançado qualquer balanço de vítimas.
Os confrontos começaram na quinta-feira com um incidente que provocou cinco mortos. No dia seguinte, registaram-se novos combates que provocaram mais de 150 mortos, sobretudo soldados das duas partes, de acordo com os ex-rebeldes.
Os confrontos opõem soldados leais ao presidente Salva Kiir às forças rivais do ex-líder rebelde e atual vice-presidente Riek Machar.
O ressurgimento da violência em Juba ocorre numa altura em que o país completa cinco anos de independência após uma longa guerra com o Sudão. Metade do período de independência foi marcado por um novo conflito interno, alimentado pela rivalidade entre Salva Kiir e Riek Machar.
Em agosto passado, os dois principais protagonistas do conflito assinaram um acordo de paz e ficou definido o regresso de Machar, em abril, a Juba, para ocupar a vice-presidência e formar com Kiir um governo de união nacional.
Depois do recomeço dos combates hoje, alguns civis procuraram refúgio numa base da ONU junto do aeroporto.
A companhia aérea Kenya Airways suspendeu todos os voos com destino a Juba devido à insegurança.