Clérigo Fethullah Gülen diz que justiça turca não é independente
O clérigo afirma que o mandado de prisão emitido em seu nome é prova das tendências "do Presidente Erdogan para o autoritarismo"
O clérigo turco exilado nos EUA Fethullah Gülen, visado por um mandado de prisão de Ancara, que o acusa de ser o mentor do recente golpe de Estado fracassado, denunciou hoje a falta de independência da justiça turca.
"Está bastante documentado que o sistema judiciário turco não é independente, pelo que o mandado de prisão é mais um exemplo da tendência do Presidente Erdogan para o autoritarismo e para se afastar da democracia", afirmou Gülen, em comunicado.
Um tribunal de Istambul emitiu na quinta-feira um mandado de captura dirigido a Fethullah Gülen.
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O mandado de captura acusa o ex-imã, exilado nos Estados Unidos desde 1999, de "ter ordenado a tentativa de golpe de Estado de 15 de julho", que provocou 272 mortos.
Esta decisão abre caminho a um pedido formal de extradição do "principal inimigo" do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
Os mais altos responsáveis turcos já exigiram por numerosas vezes aos Estados Unidos a extradição de Gülen.
As autoridades norte-americanas solicitaram por sua vez o envio de provas sobre o envolvimento de Gülen na tentativa de derrube do poder em Ancara.
A Turquia afirma ter já enviado por duas vezes dossiês sobre o papel de Gülen no golpe de Estado fracassado, mas o antigo aliado do Presidente Erdogan tem desmentido todas as acusações
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