Chelsea Manning detida por recusar testemunhar em caso contra a WikiLeaks

Antiga analista dos serviços de informação dos EUA foi condenada em 2013 por espionagem, tendo entregado milhares de documentos secretos militares à WikiLeaks, tendo tido a pena comutada em 2010.
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Chelsea Manning, a antiga analista dos serviços de informação dos EUA que passou documentos secretos para a WikiLeaks, foi detida esta sexta-feira, depois de ter recusado testemunhar diante de um grande júri na Virgínia, que investiga o caso.

O juiz Claude Hilton disse a Chelsea Manning que irá ficar sob custódia federal até decidir testemunhar ou o trabalho do grande júri ficar concluído. A antiga analista, detida em 2010 no Iraque por revelar 700 mil documentos secretos, foi condenada a 35 anos em 2013 por espionagem e libertada em 2017 após a sua pena ter sido comutada pelo então presidente Barack Obama. Ao juiz disse que já contou tudo o que sabia durante o seu julgamento.

Manning (que nasceu Bradley Manning e iniciou o processo de mudança de sexo na prisão) tinha antecipado a detenção na quinta-feira, emitindo um comunicado. "Vou defender os meus princípios. Vou esgotar todos os recursos legais disponíveis. Os meus advogados vão desafiar o sigilo destes procedimentos e estou preparada para enfrentar as consequências da minha recusa", escreveu no Twitter.

Os advogados de Manning pediram para que ela ficasse em prisão domiciliária em vez de ir para a prisão, por causa de problemas médicos, mas o juiz recusou.

O processo do grande júri, sobre as revelações da WikiLeaks, é secreto e já dura há vários anos. No ano passado, os procuradores revelaram sem querer que o fundador do site, Julian Assange, que está exilado na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012, enfrenta várias acusações.

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