10 abril 2017 às 22h18

Chechénia tem campo de concentração para gays

Pelo menos cem homens terão sido detidos

DN

A Chechénia tem o primeiro campo de concentração para homossexuais, onde homens estarão alegadamente a ser torturados de várias formas, uma das quais choques elétricos, e mortos.

De acordo com o Daily Mail, que cita também a publicação Novoya Gazeta, pelo menos cem homens foram detidos, e três terão mesmo sido mortos na última semana. As autoridades já criaram vários campos de concentração onde são torturados, mortos, ou forçados a deixar a Chechénia.

Alegadamente, um dos campos é num antigo campo militar, na cidade de Argun.

A ativista Svetlana Zakharova, da organização russa LGBT Network, falou ao Daily Mail.

"Gays estão a ser detidos e estamos a tentar evacuá-los dos campos. Alguns até já deixaram a região. Quem escapou afirmou que chegou a estar em salas com mais 30 ou 30 pessoas. Eram torturados com choques elétricos e agredidos. Por vezes, até à morte", afirmou.

Em declarações à Novoya Gazeta, um dos fugitivos disse que os prisioneiros são agredidos para que revelem os nomes de outros membros da comunidade gay.

O Presidente da Chechénia, Ramzan Kadyrov, já acusado várias vezes de violar direitos humanos e que é um aliado chave de Vladimir Putin, terá ordenado a criação dos campos, mas nega que o regime o tenha feito, porque "é impossível perseguir quem não está no país".

Um porta-voz de Kadyrov falou à Interfax. "Não se pode prender ou perseguir pessoas que não existem aqui, Se tais pessoas existissem na Chechénia, as autoridades não teriam que se preocupar, porque as próprias famílias tratariam de os enviar para sítios de onde já não pudessem voltar", afirmou.

A sociedade chechena é extremamente conservadora e, de acordo com o New York Times, vários homossexuais estão a apagar os seus perfis nas redes sociais. Isto porque as autoridades estarão a atrair gays para encontros falsos para depois os prender.