Rajoy considera "absurda" proposta de Puigdemont para região sair da UE

Presidente exonerado da Catalunha disse que a União Europeia é "um "clube de países decadentes, obsolescentes, no qual poucos ordenam"
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O primeiro-ministro espanhol qualificou hoje em Madrid de "absurda" a sugestão feita pelo presidente exonerado da Catalunha para que essa comunidade autónoma saísse da União Europeia e "fora de lugar" a proposta de referendar essa possibilidade.

"O senhor [Carles] Puigdemont pode dizer o que lhe parece oportuno e conveniente, mas agora têm de falar as pessoas e não ele", disse Mariano Rajoy, recordando a convocação de eleições regionais na Catalunha para 21 de dezembro próximo.

O chefe do executivo espanhol e líder do Partido Popular (PP, de direita) acrescentou que a UE é a região do mundo "com maior nível de democracia, liberdade e direitos humanos" e "a melhor" em termos do bem-estar dos cidadãos.

Carles Puigdemont defendeu no domingo que os catalães deveriam ser consultados sobre se desejam pertencer à UE, visto que "talvez não haja muita gente que queira formar parte" de um bloco europeu "insensível ao atropelo dos direitos humanos e democráticos de uma parte do território".

O Governo espanhol decidiu há precisamente um mês (27 de outubro) intervir na Catalunha, tendo nesse dia destituído o executivo catalão, dissolvido o parlamento regional e marcado eleições para 21 de dezembro.

Esta foi a resposta de Madrid à declaração unilateral de independência que o parlamento da Catalunha tinha aprovado no mesmo dia.

Por outro lado, Mariano Rajoy assegurou que irá cumprir o compromisso que negociou com o PSOE (Partido Socialista espanhol) de abrir o debate sobre a reforma da Constituição.

Este projeto fez parte das conversações que levaram o PSOE a apoiar a intervenção do Governo espanhol na Catalunha.

"Eu cumpro sempre os meus compromissos", disse Rajoy, acrescentando que a comissão parlamentar para avaliar o futuro modelo territorial já iniciou os seus trabalhos.

Os partidos separatistas ganharam as eleições regionais em 2015, o que lhes permitiu formar um governo que organizou um referendo de autodeterminação em 01 de outubro último que foi considerado ilegal pelo Estado espanhol.

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