Presidente do parlamento muda de estratégia e responde a perguntas do procurador
A presidente do parlamento da Catalunha, Carme Forcadell, respondeu hoje às questões colocados pelo delegado do Ministério Público no Tribunal Superior de Justiça, em Madrid, ao contrário do que tinha acontecido em outras audiências, em Barcelona.
A agência Efe cita "fontes jurídicas" para explicar que Forcadell mudou de "estratégia", depois de se ter recusado responder aos procuradores em audiências realizadas em 16 de dezembro de 2016 e 08 de maio de 2017 no Tribunal Superior de Justiça da Catalunha sobre o processo de independência.
Os membros do Governo catalão também se tinham negado há uma semana a responder às perguntas da acusação pública na Audiência Nacional (tribunal especial) que ao fim desse dia decidiu a sua prisão, como medida cautelar a sua prisão.
Forcadell foi hoje ouvida durante duas horas pelo Supremo Tribunal, seguindo-se as audições dos restantes deputados acusados.
No fim do dia, a presidente do Parlamento volta ao Supremo para saber se há mais perguntas ou se há medidas cautelares.
A presidente do parlamento da Catalunha e mais cinco deputados regionais, todos membros da Mesa da instituição, estão a ser ouvidos por suspeitas de delito de rebelião, sedição e desvio de fundos públicos.
Os seis foram acusados pelo Ministério Público de terem apoiado a tentativa, considerada ilegal pelo Tribunal Constitucional, de criar uma república independente na comunidade autónoma da Catalunha.
A acusação realça que permitiram em 06 e 07 de setembro último a aprovação das leis de convocação do referendo de autodeterminação e de transição da comunidade autónoma para um país soberano.
Os suspeitos já se tinham apresentado no tribunal há uma semana, mas na altura pediram o adiamento da audiência, alegando que necessitavam de mais tempo para preparar a defesa, visto terem sido notificadas para comparecer apenas dois dias antes.
O governo catalão, com o apoio do parlamento regional, organizou em 01 de outubro último um referendo de autodeterminação que serviu de base para a aprovação da Declaração Unilateral de Independência.
O Governo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, ativaram também em 27 de outubro último um artigo da Constituição espanhola que lhes permitiu dissolver o parlamento regional, anunciar a realização de eleições em 21 de dezembro próximo e destituir todo o governo catalão.
Entretanto, o presidente do governo catalão, Carles Puigdemont, e mais quatro membros do seu executivo ausentaram-se para Bruxelas (Bélgica), tendo precipitado a decisão da Audiência Nacional (tribunal especial espanhol) de enviar para a prisão, como medida cautelar, os restantes oito ministros regionais que se apresentaram para prestar declarações.