As autoridades de Barcelona anunciaram ontem que não vão autorizar a comercialização de pequenas "casas cápsulas" de três metros quadrados, que estão a ser promovidas por uma empresa chamada Haibu 4.0.."As regras dizem que cada casa deve ter uma superfície de pelo menos 40 metros quadrados, o que significa que esta empresa nunca vai obter as licenças necessárias", disse o vereador Josep Maria Montaner, citado no El País. "Felizmente, acumular pessoas é proibido. A lei não autoriza este tipo de soluções", reforçou a presidente da câmara Ada Colau..Reações que chegam depois de a ideia ter causado indignação nas redes sociais: "Nos cemitérios também há casas assim, chamam-se caixões", criticou um político do Podemos, Íñigo Errejón..As "cápsulas", pequenos espaços inspirados nos "pods" de alguns hotéis japoneses, estavam a ser anunciadas há semanas: 15 espaços agrupados numa "colmeia" de 100 metros quadrados, por 200 euros por mês, para residentes que não conseguem suportar a escalada de rendas na capital da Catalunha.."Cada espaço tem 120 cm de largura, 120 de altura e dois metros de comprimentos. Dentro há uma cama que se pode levantar para pôr malas, uma cabeceira que também pode ser usada para arrumação, uma mesa desdobrável, prateleiras, uma tomada e um carregador USB", explica Edi Wattenwil, da Haibu 4.0 (que significa colmeia em japonês), citado pelo El País..As "cápsulas" funcionam como favos de uma colmeia, que tem espaços comuns como cozinha e a casa de banho - e as despesas de água e eletricidade, mas também a limpeza dessas áreas comuns, estão incluídas no preço..Wattenwil defende que os cidadãos que estão a atravessar um período difícil não deveriam ter de dormir na rua ou num hostel: "A nossa empresa permite que vivam com dignidade por 200 euros por mês", conclui, acrescentando que já tinham recebido mais de 500 candidaturas.."Obviamente que isto não é uma solução habitacional adequada. Ninguém quereria isto para si próprio. Mas ninguém quer um salário mensal de 500 euros e infelizmente eles existem. Em vez de viverem na rua, oferecemos isto", explicou outro dos empreendedores da Haibu 4.0 à AFP..Mas também há regras para os futuros inquilinos deste apartamento partilhado: ter entre 25 e 45 anos, não ter antecedentes criminais, e um rendimento mínimo de 450 euros por mês. Se a ideia não vingar em Barcelona, a empresa pondera tentar noutra cidade europeia, como Copenhaga ou Roma.