Casal recebe 37 milhões de indemnização por danos causados pelo uso de pó de talco

Johnson & Johnson argumentou que fez testes exaustivos para garantir que os seus produtos não estavam contaminados, mas foi condenada

Um júri do condado de Middlesex, em Nova Jérsia, condenou a empresa Johnson & Johnson a pagar uma indeminização de 30 milhões de dólares a um homem, Stephen Lanzo, a quem foi diagnosticado cancro depois de décadas a usar o talco da marca. A mulher de Lanzo vai receber 7 milhões.

A notícia é avançada pela CNN e refere que durante anos o homem usou os produtos "Shower to Shower" e "Baby Powder" e que a inalação do pó lhe causou o mesotelioma, um cancro considerado agressivo e que afeta a pleura (o revestimento dos pulmões).

Em causa está o facto dos depósitos de talco estarem muitas vezes localizados perto de depósitos de minerais nocivos, como o amianto. Estudos já demonstraram o risco de contaminação cruzada, apesar da Johnson & Johnson afirmar que os seus produtos de talco não contêm amianto.

Vários casos semelhantes ao de Stephen Lanzo têm chegado aos tribunais, mas é a primeira vez que um caso do género chega ao tribunal de Nova Jérsia, a terra onde está sediada a empresa.

Neste caso, o júri concedeu 7 milhões de dólares, a título de indemnização, a Kendra Lanzo, e 30 milhões de dólares a Stpehen Lanzo. A Johnson & Johnson vai assumir 70% da responsabilidade e a Imerys Talc, fornecedora do mineral, será responsabilizada em 30%.
Os advogados do casal acusaram a empresa de esconder informações aos clientes sobre os riscos para a saúde do amianto, presente nos produtos de talco desde 1960.
A Johnson & Johnson argumentou que fez testes exaustivos para garantir que os seus produtos não estavam contaminados.
"Embora estejamos desapontados com esta decisão, o júri tem outras deliberações para conduzir neste julgamento e vamos reservar comentários adicionais até que o caso esteja totalmente concluído", disse Carol Goodrich, porta-voz da Johnson & Johnson. A Imerys Talc já disse que a empresa pretende apelar da decisão.
A segunda parte do julgamento terá lugar na terça-feira e irá considerar os danos causados e que podem ser objeto de punição.

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