Casa Branca evita responder a oferta de Putin sobre transcrições
A Casa Branca evitou esta quarta-feira responder à oferta do Presidente russo, Vladimir Putin, que se dispôs a entregar ao Congresso norte-americano a transcrição da reunião entre Donald Trump e o chefe da diplomacia russa, na semana passada.
O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, não quis responder à pergunta de um jornalista sobre se o Presidente norte-americano aprovaria que Putin enviasse essa transcrição ao Congresso.
"Não estou ao corrente de nada disso", limitou-se a dizer Spicer, inquirido sobre se a Casa Branca sabia que os russos estavam a tirar notas ou a gravar a conversa entre Donald Trump e Serguei Lavrov.
Nessa reunião, realizada há uma semana na Sala Oval, Trump partilhou com Lavrov informação classificada como secreta, fornecida - segundo vários meios de comunicação - por Israel, sobre um plano do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) para usar computadores portáteis com o fim de atentar contra aviões em voo.
Trump admitiu na terça-feira na rede social Twitter que partilhou com a Rússia alguma informação relativa ao terrorismo nessa reunião e garantiu que tem "o direito absoluto" a fazê-lo, enquanto a Casa Branca insistia que Trump não fizera nada de "inadequado", nem pusera em risco a segurança nacional.
Spicer também não respondeu às perguntas sobre a informação publicada na terça-feira pelo diário The New York Times revelando que Trump pediu em fevereiro ao então diretor do FBI (polícia federal norte-americana), James Comey, que pusesse fim a uma investigação sobre os laços com a Rússia do seu ex-conselheiro de segurança nacional, Michael Flynn.
"O Presidente foi muito claro quanto ao facto de a versão publicada não ser uma descrição precisa de como as coisas aconteceram (na reunião entre Trump e Comey, em fevereiro). Não vou fazer mais comentários a esse respeito", disse Spicer.
O porta-voz pronunciou-se desta forma apesar de Trump não ter, até agora, emitido qualquer comentário sobre a revelação do jornal sobre o afastamento de Comey.
Foi a Casa Branca que reagiu, na terça-feira, ao artigo, num comunicado não atribuível a qualquer dos seus porta-vozes, em que assegurava que Trump "nunca pediu a Comey nem a ninguém que pusesse fim à investigação" que incide sobre Flynn, e que essa versão "não é uma reprodução verídica nem exata" da conversa.