Carro abalroa intencionalmente transeuntes após manifestação racista e mata uma pessoa
Um carro atingiu este sábado várias pessoas que estavam no centro da cidade norte-americana de Charlottesville, após a realização de uma marcha supremacista branca que foi proibida pelas autoridades locais, segundo várias testemunhas.
Originariamente houve notícia de vários feridos mas depois o presidente da câmara da cidade, Mike Signer, revelou que uma pessoa morreu na sequência do atropelamento.
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"Estou devastado porque uma vida foi perdida aqui. Peço a todas as pessoas de boa vontade que se dirijam para casa", escreveu Mike Signer, numa mensagem no Twitter.
Num vídeo amador divulgado nas redes sociais, relatado pela AFP, é visível um carro de cor escura que bate de forma violenta na parte traseira de um outro veículo e que faz depois uma manobra em sentido inverso, contra as pessoas.
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Outras imagens mostram feridos deitados no chão.
Um repórter da agência noticiosa americana Associated Press relatou que viu pelo menos uma pessoa deitada no chão a receber assistência médica imediatamente após o incidente, que ocorreu cerca de duas horas após os confrontos violentos que envolveram hoje apoiantes de um protesto nacionalista, organizado no centro daquela cidade do Estado da Virginia, e pessoas que contestavam essa mesma manifestação.
A mesma agência indicou que as autoridades estão no local do incidente.
Uma jornalista da AFP, que também está em Charlottesville, adiantou que viu vários feridos deitados no chão, várias pessoas a gritar, ambulâncias e veículos de bombeiros no local do incidente.
"Estávamos a andar na rua quando um carro, um veículo preto ou cinzento, veio na nossa direção e bateu contra todos. Depois recuou e voltou a atingir-nos", relatou à AFP uma testemunha.
"Penso que existe uma dezena de feridos. Uma rapariga no chão foi mutilada. Foi propositado, recuaram propositadamente", acrescentou a mesma testemunha.
Centenas de pessoas envolveram-se hoje em confrontos violentos na sequência de um protesto nacionalista organizado no centro de Charlottesville.
O governador da Virginia declarou o estado de emergência em resposta a este protesto e, através da sua conta na rede social Twitter, disse que tomou esta decisão para "ajudar o Estado a responder à violência" na marcha de Charlottesville, a cerca de 160 quilómetros de Washington.
Já na sexta-feira à noite tinha havido confrontos quando centenas de brancos nacionalistas marcharam no 'campus' da Universidade da Virginia com tochas.