Carles Puigdemont fora das eleições europeias
Carles Puigdemont, ex-presidente da Generalitat, não vai poder concorrer às eleições europeias pela lista do Junts per Catalunya (JxCat) em representação do Estado espanhol, decidiu a Junta Eleitoral Central. O argumento: o antigo presidente do governo catalão, que se autoexilou em Bruxelas para escapar ao julgamento independentista que decorre em Madrid, não está inscrito como cidadão espanhol a viver no estrangeiro.
A mesma decisão afeta Clara Ponsatí e Toni Comín, ex-membros do governo de Puigdemont, que deixaram o país pelas mesmas razões. Os três eram os primeiros na lista Lliures per Europa (Livres pela Europa).
A decisão da Junta Eleitoral surge depois de um recurso apresentado por Partido Popular e Ciudadanos.
Puigdemont, Ponsatí e Comín, num comunicado conjunto, já reagiram à decisão, dizendo que vão empreender "todas as ações jurídicas em Espanha e na Europa" para defender o seu direito a apresentar-se às eleições europeias e os direitos dos cidadãos de votarem neles. "Não nos vamos resignar a aceitar uma resolução que a legislação espanhola e europeia contradizem", indicou.
"Querem silenciar e afastar uma candidatura para que o que esta representa - a determinação na defesa do mandato do 1 de outubro e a decisão de milhões de catalães de constituir uma república - não possa explicar-se no coração das instituições europeias", indicaram.
Puigdemont tinha dito, em março, que pretendia voltar à Catalunha caso fosse eleito eurodeputado, beneficiando da imunidade parlamentar que esse cargo lhe garantia. Contudo, já o Parlamento Europeu tinha avisado que os eleitos têm que recolher a ata pessoalmente em Madrid, jurando sob a constituição espanhola, e que só a partir de 2 de julho (quando se constitui o novo Parlamento Europeu) teria imunidade.
Nas eleições gerais deste domingo, o JxCAT conseguiu eleger sete deputados para o Congresso espanhol.