Caçadores baleados que acusaram imigrantes ilegais foram afinal atingidos por colegas

Caçadores tinham dito que tinham sido atacados por imigrantes ilegais que os tentavam assaltar
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Dois caçadores norte-americanos que foram baleados em janeiro no Texas, e disseram na altura que tinham sido atacados por imigrantes ilegais, foram agora responsabilizados pelos disparos. A polícia concluiu que os ferimentos de bala de Walker Daugherty, de 26 anos, e Edwin Roberts, de 59 anos, foram causados pelos próprios membros da equipa de caça.

O tiroteio ocorreu a 6 de janeiro perto da fronteira com o México. Daugherty e Roberts disseram à polícia que sofreram uma emboscada de imigrantes que tentavam assaltar a sua autocaravana. Após uma investigação, a polícia descobriu que Walker Daugherty disparou contra Roberts e Michael Bryant, também caçador, disparou contra Walker Daugherty.

O xerife do condado de Presidio Danny Dominguez contou, segundo o New York Daily News, que 30 investigadores analisaram toda a área ao redor do local do crime e que não foram encontrados projéteis de armas que não pertencessem aos indivíduos que faziam parte do grupo de caçadores.

A notícia do tiroteio foi divulgada por vários meios de comunicação no mês passado e o Comissário da Agricultura do Texas Sid Miller usou este incidente para argumentar que o muro proposto por Donald Trump na fronteira com o México deve ser construído. "É por isto que precisamos de um muro para proteger as nossas fronteiras", escreveu Miller no Facebook. "Há criminosos violentos e membros de cartéis de drogas a entrar e isto tem de ser parado antes que tenhamos mais Walker Daughertys".

Walker Daugherty criou mesmo uma campanha de angariação de fundos online em que pedia ajuda para pagar as despesas médicas e conseguiu arrecadar mais de 26 mil dólares, cerca de 24 mil euros.

Walker Daugherty e Michael Bryant foram acusados por terem disparado as armas na direção de outras pessoas.

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