Bulgária desmente desistência de Irina Bokova, candidata a secretária-geral
O Governo da Bulgária afirmou hoje que a candidatura da diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, ao cargo de secretário-geral da ONU se mantém, afastando rumores sobre a sua substituição iminente pela comissária europeia Kristalina Georgieva.
"Desejo sucesso a Bokova [na próxima votação informal do Conselho de Segurança] em 26 de setembro", declarou no início de uma reunião governamental o primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borissov, que também prometeu à diretora-geral da Unesco "apoio total do Governo e da diplomacia" búlgaras.
"Mas se após o dia 26 não for a primeira ou a segunda, não existirá forma de prosseguir e em conjunto iremos ver o que fazer", acrescentou, na presença de jornalistas.
Irina Bokova, cuja candidatura se confronta designadamente com a oposição do Reino Unido, segundo os media, ficou em quinto lugar no quarto escrutínio identificativo, em 9 de setembro, no qual o ex-primeiro-ministro português António Guterres e ex-Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, foi o mais votado, à semelhança do que aconteceu nas três votações anteriores.
Nos últimos dias, Moscovo e Berlim acusaram-se mutuamente de mentir sobre uma eventual tentativa da chanceler alemã Angela Merkel de pressionar a Bulgária para que mude de candidata e apresente a vice-presidente da Comissão Europeia, Kristalina Georgieva, próxima do Partido Popular Europeu (PPE).
O chefe do executivo búlgaro desmentiu na terça-feira estas alegações de ingerência ao afirmar que o seu Governo "não se deixará influenciar por países terceiros".
Borissov, um conservador, acrescentou que Bokova lhe causou "má impressão" ao recusar assistir em Sófia a uma reunião governamental para a qual foi convocada. Acrescentou ainda que caso não tivesse sido proposta pelo precedente governo social-democrata, desde 2014, "teria de imediato retirado a sua candidatura".
Após os votos informais, o Conselho de Segurança da ONU vai promover em 4 de outubro uma votação na qual os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança com direito de veto (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China) poderão utilizar esta vantagem para bloquear um ou outro dos pretendentes a secretário-geral.
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