"Se for competente e for mulher, não tem problema". Bolsonaro já tem uma ministra

O presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, anunciou na quarta-feira, através do twitter, a presidente da frente parlamentar agropecuária do Congresso Nacional e deputada federal Tereza Cristina, como ministra da Agricultura do seu Governo.
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Na publicação feita na rede social, Bolsonaro anunciou o nome de Tereza Cristina, a primeira mulher a fazer parte do Governo do recém-eleito Presidente, que é também uma engenheira agrónoma e uma das principais defensoras do projeto que visa mudar as regras no registo de produtos agrotóxicos no Brasil, através da mudança de nome e de uma análise mais profunda dessas substâncias.

A futura ministra está ainda no seu primeiro mandato como deputada, tendo já sido secretária estadual do Desenvolvimento Agrário da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo.

Um dos principais aliados de Bolsonaro, o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira garantiu não haver novidade maior do que a escolha de uma mulher para chefiar um Ministério. "Não tem novidade? Você quer maior novidade: uma mulher num ministério, e o Ministério da Agricultura, que é fundamental, um sustentáculo do PIB?", explicou o futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), citado pela Folha de São Paulo. E acrescentou: "Se for competente e for mulher, não tem problema nenhum".

Musa do veneno

Aos 64 anos, Teresa Cristina já pertenceu a um partido da oposição. A deputada destacou-se pelo voto pelo arquivamento das denúncias contra o presidente Michel Temer e ganhou uma alcunha na própria bancada: "musa do veneno".

A alcunha surgiu em junho, quando os chamados ruralistas festejavam a aprovação do projeto que folexibiliza as leis para registo e uso de agrotóxicos no Brasil, numa comissão presidida por Tereza Cristina.

Antiga líder do PSB, pertence agora ao DEM, o mesmo partido de vários aliados de Bolsonaro, como Onyx Lorenzoni, futuro chefe da Casa Civil (espécie de primeiro-ministro à brasileira), ou o deputado Sóstenes Cavalcante.

Resto do governo

Quanto ao restante governo, o GSI é o Ministério responsável pela coordenação da inteligência do Governo brasileiro, sendo também o órgão ao qual está subordinada a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Conhecido como general Heleno, o militar vai chefiar esta paste. Antes tinha sido anunciado anteriormente como o próximo ministro da Defesa, mas na terça-feira Bolsonaro indicou que tinha mudado de ideias.

O futuro Presidente adiantou também o nome de Onyx Lorenzoni para a Casa Civil, enquanto o astronauta e major da reserva Marcos Pontes fica com a tutela do Ministério da Ciência e Tecnologia.

O juiz Sérgio Moro fica com a pasta da Justiça e o economista Paulo Guedes assume o Ministério da Economia.

Bolsonaro, 63 anos, capitão do Exército reformado, foi eleito no dia 28 de outubro, na segunda volta das eleições presidenciais, como 38.º Presidente da República Federativa do Brasil, com 55,1% dos votos, derrotando o candidato do Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad, que teve 44,9% dos votos, e tomará posse no dia 1 de janeiro.

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