Boris Johnson pondera uso obrigatório de máscara. Especialistas aplaudem

Médicos, epidemiologistas e professores universitários defendem cientificamente o uso de proteção facial para travar a disseminação do coronavírus. Primeiro-ministro já esteve infetado.
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Depois de aparecer em público pela primeira vez com máscara, Boris Johnson admite decretar o uso obrigatório de proteções faciais e facilitar a sua aquisição. Uma decisão que os cientistas aplaudem e que esperam que ajude a conter a disseminação do coronavírus no Reino Unido, um dos países com mais infetados e número de mortes por covid-19. O uso de máscara é opcional, com exceção da Escócia, onde já é obrigatória.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro, que já esteve infetado, disse querer ser "mais rigoroso" e insistiu que as pessoas usassem máscaras em espaços fechados. Uma medida defendida por David Heymann, professor e epidemiologista da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. "As máscaras devem ser usadas por todas as pessoas em uma situação em que ninguém possa se distanciar fisicamente para impedir a infeção de outras pessoas", disse o médico à agência de notícias PA, explicando que os objetos de proteção facial retêm as gotículas que contêm o vírus.

Também Paul Hunter, professor de medicina da Universidade de East Anglia, defende a nova ideia de Boris Johnson: "O mais importante, no entanto, é que a pessoa que use uma máscara não assuma que está protegida automaticamente. As pessoas ainda devem praticar o distanciamento e continuar lavando as mãos."

Já para o professor Adam Finn, da Universidade de Bristol, usar máscara em lojas e locais fechados "reduziria a probabilidade de infeção". E quanto mais eficiente for a proteção facial melhor.

O epidemiologista da University College London, Antonio Lazzarino, teme que a medida não avance por "não ajudar a economia". O médico defende que a retoma económica não deve ser feita "às custas da saúde das pessoas", até porque já está provado que a máscara ajuda a travar o contágio. E isso tornou-se ainda mais evidente depois de, no início da semana, a Organização Mundial da Saúde reconhecer que havia "evidências" de que o covid-19 se pode espalhar através de partículas no ar.

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