Bolsonaro volta a elogiar militar dos tempos da ditadura: "É um herói nacional"

Presidente brasileiro recebeu a viúva do militar Brilhante Ulstra, que liderou a polícia política durante a ditadura militar e foi responsável pela tortura de muitos presos políticos.
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O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse que o coronel Brilhante Ulstra, um dos militares que lideraram a polícia política durante a ditadura militar, é um "herói nacional". As declarações foram proferidas após um almoço no palácio do Planalto em Brasília, com a viúva do coronel que morreu em 2015, aos 83 anos, após comandar o órgão de repressão política do governo militar durante quatro anos.

"Tem um coração enorme. Sou apaixonado por ela. Não tive muito contacto, mas tive alguns com o marido dela enquanto estava vivo. Um herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer", declarou Bolsonaro aos jornalistas após o encontro com Maria Joseíta Silva Brilhante.

O coronel Ulstra Ustra, que comandou o DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações), foi o primeiro militar brasileiro a responder, em 2008, por crimes de tortura durante a ditadura. A comissão que investigou os crimes durante a ditadura registou 45 mortes e 502 casos de tortura durante o período em que Ulstra liderou a comissão.

Esta não é a primeira vez que Bolsonaro elogia o militar. Durante o processo de destituição de Dilma Rousseff, o atual presidente brasileiro declarou que votava "contra o comunismo" e "pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra". Depois, durante a campanha eleitoral, Bolsonaro afirmou que o seu livro de cabeceira era "Verdade Sufocada", escrito por Ustra.

Na semana passada, Bolsonaro substituiu quatro dos sete membros de uma comissão responsável por investigar vítimas desaparecidas da "guerra suja" da ditadura contra militantes de esquerda. Para os lugares, nomeou oficiais militares e membros de partidos de direita. E justificou assim a decisão: "Há um novo presidente; agora é Jair Bolsonaro. Ponto final."

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