Barco de pesca espanhol entrega migrantes a Malta

<em>Nuestra Madre del Loreto </em>navegou dez dias de um lado para o outro, a fugir ao mau tempo, com 12 migrantes a bordo. Foram finalmente acolhidos por Malta
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A embarcação de pesca Nuestra Madre del Loreto que esteve dez dias bloqueada frente à costa líbia depois de ter resgatado 12 migrantes do Mediiterrâneo chegou este domingo de manhã a águas territoriais de Malta.

O barco não chegou a entrar no porto, mas a 13 milhas da costa uma embarcação policial recolheu os 11 migrantes. Um deles já estava em Malta desde sexta-feira, depois de ser evacuado de helicópetro por razões de saúde.

"Finalmente chegram a um porto seguro", diz o capitão do Nuestra Madre del Loreto, Pascual Durá, citado pelo El País, acrescentando que, desde o início, recusou entregar os migrantes às autoridades líbias.

Pascual Durá tinha decidido ontem à noite regressar a Espanha, desobedecendo assim ao pedido do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, que o instigou a cumprir as leis internacionais e a dirigir-se ao porto mais próximo, mas também mais seguro. No entanto, cerca da uma da madrugada, quando já tinham navegado várias horas a caminho de Espanha, conta, recebeu a autorização para se dirigir a Malta.

A organização Proactiva Open Arms não deixou de criticar o executivo na sua conta de Twitter, a quem acusa de ter brincado com a segurança das pessoas e de falta de escrúpulos.

O capitão do barco tinha enviado umamensagem desesperada ao governo para que encontrasse uma solução urgente: "Não posso navegar de norte para sul, de este para oeste para fugir do mau tempo, sem ter uma resposta; não posso, sem ter um amparo para estas pessoas."

A primeira intenção era levar os migrantes para Malta ou Itália, mas este países fecharam os seus portos, tal como Espanha. que tentou que regressassem à Líbia - segundo fontes diplomáticas citadas pela Efe. Organizações internacionais dos direitos humanos e organismos das Nações Unidas pediram a Espanha que não devolvesse os migrantes à Líbia, uma vez que o país não é considerado "um porto seguro".

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